Jesica Santillan "continua em estado crítico", informou uma porta-voz do hospital, que fica no estado americano da Carolina do Norte (Leste). "Os pulmões e o coração que a jovem recebeu na manhã de ontem funcionam bem, mas exames revelaram edemas e hemorragias cerebrais, que colocam sua vida em risco", acrescentou.

Por causa de um erro médico, Jesica, que tem sangue do tipo 0 positivo, recebeu no último dia 7 órgãos não-compatíveis, de um doador de tipo sangüíneo A negativo, o que causou uma reação imediata de rejeição em seu organismo. Três dias depois, a jovem mexicana teve uma crise cardíaca e domingo passado, uma crise de epilepsia.

Devido ao risco de vida, o nome de Jesica foi colocado no topo da lista de espera nacional de transplantes. Na noite de quarta-feira, os médicos receberam o coração e os pulmões de um doador compatível. Depois da segunda cirurgia, que durou mais de quatro horas, Jesica foi transferida para a UTI da pediatria. "Ela continua em estado crítico, o que é normal depois de um transplante", disse uma porta-voz do hospital.

Especialistas calculam em 50% as chances de Jesica sobreviver. "Foi um erro trágico e admitimos nossa responsabilidade. Esta é uma situação especialmente triste, porque, com essa cirurgia, queríamos salvar a vida de uma jovem cujo prognóstico era grave", disse o diretor do hospital, William Fulkerson. Através de uma carta, ele acrescentou que o hospital abriu uma sindicância, e que "a falta de checagens repetidas dos órgãos e dos tipos sangüíneos são uma grave carência, que será resolvida".

O Hospital da Universidade de Duke realiza de 40 a 60 transplantes por ano.