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Demissões aumentam na indústria da região
Marcelo Moreira
Do Diário do Grande ABC
27/01/2006 | 08:21
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O Grande ABC foi atingido em cheio pela desaceleração da economia no mês de dezembro de 2005. Após registrar saldo positivo nas contratações em todos os meses do ano passado, a região amargou demissões em quase todos os setores, mas principalmente na indústria, o motor da economia regional.

O saldo negativo mostrou 554 vagas a menos no setor industrial e 223 empregos a menos na soma de todas as áreas produtivas, o pior resultado mensal em três anos. As informações são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho.

Desde agosto de 2005, o ritmo de novas contratações caía. A economia do país como um todo passou a produzir menos basicamente por conta dos juros altos e da valorização do real frente ao dólar.

Nem mesmo os seguidos cortes na taxa básica de juros do Banco Central (Selic) conseguiram reanimar o setor industrial, principalmente, e o resultado foi o PIB (Produto Interno Bruto) negativo no terceiro trimestre, derrubando as perspectivas de crescimento da economia em 2005 para menos de 3%.

O resultado de dezembro afetou o desempenho da região com um todo na geração de novas vagas durante o ano. No ano passado, o Grande ABC registrou 8.249 postos de trabalho a mais no setor industrial, 51% a menos do que o verificado em 2004 (17.048 novas vagas). No geral, a queda na geração de empregos foi menor, 6,5%. No ano retrasado surgiram 48.736 novos empregos, contra 45.576 em 2005.

E não foi só o Grande ABC que sentiu os efeitos da retração da economia no semestre passado. A cidade de São Paulo teve um saldo negativo de 3.595 vagas cortadas na indústria.

Situação semelhante foi verificada em cidades como Campinas, Gaurulhos e Sorocaba – juntas, têm população equivalente à das sete cidades da região. Somados os desempenhos das três cidades, houve redução de 552 postos de trabalho na indústria e 1.510 vagas no geral.

Os números batem com os dados divulgados neste mês pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), que também identificaram resultados ruins em dezembro.

Os números nacionais do Caged, como não poderia ser diferente, também foram afetados pela redução da atividade econômica do final do ano passado. A criação de empregos com carteira assinada diminuiu o ritmo em 2005. No ano passado, o mercado de trabalho foi capaz de abrir 1,254 milhão de postos de trabalho, uma redução de 17,7% ante os 1,523 milhão registrados em 2004. Mesmo assim, o ano passado apresentou o segundo melhor resultado da série histórica do Caged.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, admitiu a redução do ritmo e atribuiu essa perda de velocidade à política de juros do Banco Central. Mesmo assim, o ministro prevê que pode chegar a 5 milhões o número de empregos formais a serem criados nos quatro anos do governo Lula.

 



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