Setecidades Titulo Ciclone Yakecan
Vento forte derruba 23 árvores no Grande ABC

Cidade mais atingida foi Santo André; na Vila Guaraciaba, exemplar caiu sobre duas casas

Carolina Helena
Especial para O Diário do Grande ABC
19/05/2022 | 00:01
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André Henriques/DGABC


Forte ventania atingiu o Grande ABC entre terça-feira e ontem e causou estragos. Foram registradas ao menos 23 quedas de árvores – 12 em Santo André, cinco em São Bernardo, quatro em Diadema, uma em Mauá e uma em Rio Grande da Serra –, além de diversos destelhamentos. De acordo com o site Climatempo, as rajadas de vento na região atingiram 50 km/h e são reflexos da passagem do ciclone subtropical Yakecan pelo Sul e Sudeste do Brasil, que também derrubou as temperaturas. O Ministério do Desenvolvimento Regional, por meio da Defesa Civil Nacional, informou que o ciclone começou a se afastar ontem do Litoral brasileiro, sendo descartada a possibilidade de furacão atingir o País. O frio, no entanto, deve permanecer pelo menos até o fim de semana. 

Entre as quedas de árvore, 12 foram em Santo André, sendo que uma assustou ainda de madrugada os moradores da Vila Guaraciaba. Um exemplar de grande porte desabou na altura do número 221 da Rua Antônio Barreiros, acertando duas casas. A residência mais atingida teve o portão, muro e telhado destruídos, além disso galhos acertaram os dois carros que estavam na garagem. 

Dona do imóvel, Valéria Barros, 51 anos, conta que a árvore estava há anos sem ser podada. “A última vez que teve poda eu era menina. Fiz três pedidos para retirada, o último foi há dois meses, mas a Prefeitura respondeu que a árvore era sadia e que não havia motivo para remoção. Agora o estrago já está feito e não tenho a menor previsão de quando vou receber o ressarcimento, na verdade, nem sei se vou receber”, comentou.

A casa vizinha também foi atingida e teve o telhado e forro da parte da frente comprometidos. A rede elétrica foi interrompida, mas, de acordo com a Enel SP, foi restabelecida no início da tarde. O empreiteiro Leonardo Calozci, 36, precisou socorrer a mãe. “A minha mãe está bem assustada porque a árvore invadiu o quarto dela enquanto dormia. É uma senhora, tem 68 anos, está muito nervosa.”

Em nota, a Prefeitura de Santo André informou que a árvore caiu em decorrência dos ventos e que o exemplar foi vistoriado há três meses, sem problemas aparentes. “A árvore caiu por conta dos fortes ventos que ocorreram na região nas últimas horas. Não houve feridos. A árvore foi vistoriada há três meses e não se constatou indícios de queda. Foi recomendada poda de manutenção, que seria realizada dentro da programação entre maio e outubro, período mais indicado por se tratar de clima mais ameno.”

Outra árvore de grande porte caiu na Rua Padre Manoel de Paiva, no bairro Jardim, também em Santo André. Pelo menos três carros foram atingidos. O exemplar ficava dentro de uma residência há mais de dez anos e a moradora já havia entrado com pedido junto à Prefeitura para a retirada da árvore. Ninguém se feriu gravemente, mas a rede elétrica foi comprometida e, de acordo com os moradores do local, o prazo para que o serviço seja restabelecido é de até três dias. O Diário questionou a Enel SP, mas até o fechamento desta edição não recebeu resposta. 

COBERTURA

O corretor de seguros Antônio Marcos Gomes, 51, explica que as seguradoras nem sempre cobrem prejuízo causado por queda de árvores. “Para que o seguro cubra danos causados por fortes ventos, por exemplo, que cause destruição de propriedade é necessário que exista o seguro para vendaval. Para os carros é necessário que exista a cobertura total, para assegurar danos de causa externa.”

CICLONE

Os fortes ventos que atingiram o Grande ABC foram causados por um ciclone que estava próximo da costa do Brasil e associado à frente fria que está sobre a região, explicou a meteorologista da Squitter, empresa especializada em serviços e equipamentos de meteorologia, Juliana Hermsdorf. A profissional relatou que o frio e fortes ventos devem seguir inalterados até pelo menos a sexta-feira (20). "A frente fria em si não ocasiona as temperaturas baixas, e sim a massa de ar frio depois dela. Assim, ainda estamos sob o efeito dessa massa, que atua depois da passagem da frente fria", completou.




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