Esta Carmen 'à brasileira', chamada de 'sambópera', foi encenada no prestigiado festival 'Paris Quartiers d'Eté' que se realiza de 14 de julho a 15 de agosto na capital francesa.
Na adaptaçao de Boal, do diretor musical Marcos Leites e do poeta Celso Branco, a ópera se converte mais em um espetáculo teatral do que lírico. Com forte conotaçao popular, cheia de samba, candomblé e toques de cultura africana.
'De todas as óperas, 'Carmen' é a mais brasileira. Em Paris, Merimé e Bizet imaginaram uma Carmem baiana, tenho certeza, inclusive carioca. Quando ouço Habanera sinto o cheiro da feijoada e do vatapá. Heresia? Por que nao? Carmem era herética', diz Boal.
'Estrangeira em seu próprio país, Carmem nao tem pátria. É uma mulher passional que fala diretamente ao nosso inconsciente', acrescenta.
'Nao quisemos folclorizar Bizet; conservamos suas belas melodias com muito respeito, mas deixamos que nossos ritmos culturais se apropriem dele', assinala.
A peça apresentada nos jardins do Palais Royal, no centro de Paris, deixou o público entusiasmado.
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