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Fenômeno francês passa hoje por São Paulo
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09/12/2009 | 07:00
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Dany Boon está em Bruxelas, buscando locações para o próximo filme, que começa a rodar em fevereiro. O ator e diretor de comédias número 1 da França - por que só de comédias?--, o fenômeno nacional, conseguiu o prodígio nunca antes igualado. Mais de 20 milhões de franceses foram ver "Bienvenue Chez les Ch'Tis" e outros 7 milhões - quase 8 milhões - transformaram o filme num sucesso na Alemanha, na Espanha, na Itália e no Japão.

Com o título de "A Riviera Não É Aqui", Ch'Tis é a atração de hoje do Festival Varilux do Cinema Francês (no Frei Caneca Unibanco Arteplex, às 19h, tel.: 3472-2365). Dany Boon ama o que faz e há 15 anos é um bem-sucedido artista de music hall e cinema, mas nada o preparava para o megassucesso deste filme. Ele admite estar feliz, mas preocupado.

"O problema de ser o número 1 é que você não tem nenhum degrau para subir e, pelo contrário, é muito fácil descer." Ele está trabalhando no seu ritmo de sempre, preparando "Bienvenue Chez les Sticks" como preparou seus trabalhos anteriores.

Depois que "A Riviera Não É Aqui" arrebentou nas bilheterias, surgiram muitos analistas para discutir o fenômeno. Uma das análises curiosas é que o filme se beneficiou da queda de popularidade do presidente Nicolas Sarkozy na França.

O que Dany Boon pensa disso? "Como um público desses era algo inédito na França, o fenômeno passou a ser dissecado na mídia. Não apenas jornais e revistas. Emissoras de TV, debates na universidade se ocuparam do assunto. Essa análise a que você se refere dá conta de que a França que o filme mostra - a dos humildes, dos solidários - é o oposto do estilo glamouroso do grande Nicolas e de sua Carla (a primeira-dama Carla Bruni). Nicolas quer colocar a França na dianteira do mundo global, mas isso pode significar um reverso de nossas expectativas. Queremos ser os primeiros, mas também em solidariedade, em bem-estar. O filme é um pouco sobre isso. Mas não o fiz com uma intenção política. Ch'Tis, de qualquer maneira, não me pertence mais e eu somente posso assistir a que os outros se apropriem dele. No máximo, faço com a cabeça ‘sim', ‘não'..."

Na história, o protagonista - o próprio ator e diretor - faz de tudo para tirar a mulher da depressão. Chega a trapacear no trabalho para ir para a Riviera, mas é enviado para o Norte, para a região dos Ch'Tis. Danny Boon pode explicar para ao brasileiro o que são Ch'Tis?

"É o dialeto local, a nossa maneira de falar no norte da França. Essa região é muito diferente do Sul, com suas praias, o clima ameno, o sol o ano todo. O Norte é frio, é cinzento, neva e as pessoas ainda falam carregando nos ch'tis. Quando meu personagem, um funcionário dos Correios, é enviado para lá, sua sensação é de que o mundo acabou para ele, mas aí descobre a comunidade, a amizade, a solidariedade. O filme me permite trabalhar sobre dois temas: o peixe fora d'água e a descoberta que Antoine - o protagonista - faz de que a humanidade tem esperança."

Embora pouco conhecido no Brasil, Dany Boon já era um astro do music hall na França, com passagens pelo cinema. Seu estilo é, ao mesmo tempo, verbal e visual. Ele explica que as duas coisas nascem juntas.

"Da minha experiência no music hall, consigo ver a cena como um todo já no papel." Uma curiosidade é seu nome. De onde vem? "Da série Daniel Boone, que via na TV. Meu nome é Daniel e os amigos me comparavam ao herói. Virei Danny Boon."




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