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A emoção de escolher o nome do filho: Em 2021, os preferidos na região foram Miguel e Helena
Francisco Lacerda
Do Diário do Grande ABC
19/12/2021 | 05:16
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DGABC


Alguns nomes são originais, clássicos. Outros, diferentes. Tem os mais bonitos, os simples, compostos, modernos. Uns têm origem em outras nações. Tem também os bíblicos, com simbolismo, os que seguem tendência. Seja qual for, a escolha do nome do filho ou filha é momento íntimo, único. Revela direções, mudanças, tradições. E tem sempre os de grande preferência, como Miguel e Helena.

Esses foram os nomes preferidos dos papais e mamães para batizar os recém-nascidos neste ano no Grande ABC. São 456 bebês, entre os meninos, nomeados Miguel, e 432, entre as meninas, já registradas como Helena nos sete municípios em 2021. É o que aponta levantamento feito pela Arpen-SP (Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo), que representa os 836 cartórios de registro civil, que atendem à população em todos os 645 municípios do Estado. Nasceram, segundo a associação, cerca de 10 mil bebês neste ano na região.
M

iguel é o líder do ranking da predileção já pelo 11º ano consecutivo. De origem hebraica, segundo o Dicionário de Nomes Próprios, significa ‘aquele que se parece com Deus’. É citado cinco vezes na Bíblia como arcanjo e tido como ‘símbolo de humildade diante de Deus’. Já Helena, no quarto ano seguido na primeira posição, é de origem grega, significa ‘tocha’. “O termo hélê quer dizer ‘raio de Sol’, fazendo com que o significado de Helena seja ‘a reluzente’ ou ‘a resplandecente’”, informa a publicação.
Os dois nomes são seguidos de perto na preferência para o registro de nascimento por Arthur (‘pedra’ ou ‘grande urso’), com 412 escolhas; Heitor (‘aquele que guarda’), com 374; e Bernardo (‘forte como um urso’), com 358. Entre as garotinhas, na sequência vêm Alice (‘de linhagem nobre’), com 402 das preferências, Laura (‘vitoriosa’), com 340; e Heloísa (‘saudável’), com 237.

Há quem diga que não se fala em outra coisa durante a gestação que não seja sobre o nome do rebento, o que inclui infinidade de maneiras de se fazer a opção, desde lista até inspiração na Bíblia. Claudinei Antônio Valentim, 45 anos, e Fabiana de Oliveira Neto, 35, moradores de Ribeirão Pires e pais da Alice, nascida a 8 de maio, entretanto, fugiram dessa regra. Nada disso foi levado em conta tamanha ansiedade pela chegada da pequena. “Decidimos por nome que a gente simplesmente achou bonito”, informa a mamãe, dona da escolha.

Ana Elisa Araújo Palácio Ayres, 20 anos, atendente de Santo André, diz ter sido sempre apaixonada por Alice. Tanto que prometeu a si mesma que, se tivesse filho(a), assim seria. Mas ela também precisava seguir a tradição da família. Assim, resolveu juntar as duas coisas. Ana Alice (‘presente nobre’), a filha, nasceu dia 20 de junho. “Somos todas ‘Anas’, Ana alguma coisa. Sou Ana Elisa; minha avó é Ana Rosa; minha mãe, Ana Carolina; minha irmã, Ana Rosa; minhas tias são Ana Lúcia, Ana Cristina, Ana Flávia e Ana Paula; minhas primas são Ana Maria, Ana Júlia, Ana Clara, Ana Laura e Ana Sofia. Todas ‘Anas’.”

E o significado é fator eliminatório para dúvidas diante de tantas opções. É o caso do casal de jornalistas Giovanna Bambicini, 37, e Fábio, 33, que preferiu fugir das tendências e vai batizar a filhinha de Manuela. Programada para chegar em janeiro, a garotinha vai receber nome que agrada a ambos. “Achei que teria algum tipo de inspiração e que uma hora o nome ia aparecer. Mas isso não aconteceu. Olhamos também o significado, que é muito bonito: ‘Deus está conosco’. Manuela foi a unanimidade entre a gente.”
Gabrielle Monice, 34, assessora de imprensa de Santo André, espera irmãozinho ou irmãzinha da Fernanda para abril. Ela e o marido, Derek, ainda não escolheram o nome e não vão se inspirar na família, mas estão abertos a sugestões. A ideia, diz ela, é também fugir das tendências. “Desde que descobrimos (gravidez) já iniciamos as pesquisas, mas até agora não encontramos um que agrade aos dois. A nossa mais velha tínhamos quatro opções, mas o nome foi decidido na maternidade, depois de olhar a carinha dela.”

“Com o ranking dos nomes mais registrados no ano podemos visualizar a preferência da população com relação à alcunha das crianças. A maior escolha por nomes bíblicos pode ser explicada pela situação que vivemos recentemente, com as pessoas procurando maior proximidade com a fé”, encerra Luiz Carlos Vendramin Jr., presidente da Arpen. 

Noah e Ayla são nomes internacionais mais usados; Luis está entre mais lindos

 De acordo com ranking montado pelo site BabyCenter Brasil (brasil.babycenter.com), plataforma que compila dados dos usuários já há 13 anos, internacionalizar nomes dos bebês tem sido recorrente no País. Maiores exemplos da prática, Noah e Ayla são os preferidos entre os 325 mil nascidos no Brasil cadastrados no site, seguidos, entre os menininhos, por Théo, Gael e Levi; e, entre as garotinhas, Maya, Olívia, Luna, Zoe e Chloe. Já segundo o Dicionário dos Nomes Próprios, Luis, Noah, Lucas e Liam, entre os meninos, estão em ranking que considera os nomes “mais lindos do mundo, inclusive em quatro países diferentes: Alemanha, Austrália, Canadá e Estados Unidos, mesmo as grafias tendo variação de acordo com a nação. Entre as meninas, Alice, Sofia, Alba e Chloé. No Brasil, nascem cerca de 2,7 milhões de bebês por ano. 

Raros, alguns nomes aparecem apenas uma vez na preferência em cada cidade

Também houve nome em 2021 que só aparece uma única vez no registro de batismo dos bebês. Em São Bernardo isso aconteceu 2.262 vezes, seguida na sequência por Santo André (1.663), Mauá (1.207), Diadema (1.062), Ribeirão Pires (445), São Caetano (437) e Rio Grande da Serras (229). São os casos, por exemplo, de Aggie, Darius, Wansky, Naara, Michael Bjorn, Kayna, Castiel, Ithan, Aruna, Radassa, Zoe, Ravi Kalel, Thaylor, Dayon, Griezman Lúcio, Querem Gabriela e Chloe. Raros, nem todos tem significado conhecido. 

Natureza também foi contemplada pelos papais no momento da escolha

Chamar as crianças com nomes ligados à natureza também tem tido frequência no Brasil. De acordo com o site BabyCenter Brasil, nomes como Jasmine, Mel, Jade, Pérola, Safira/Zafira e Lua e as variações Luna e Luara têm se tornado frequentes no País. A ativista sueca Greta Thunberg, conhecida por protestos do lado de fora do prédio do Parlamento da Suécia e por liderar movimentos em favor do clima, é outra que tem inspirado papais e mamães, pois já aparecem nos dados da plataforma pequenas ‘Gretas’. 




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