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Os operários fazem greve. Param a Vila de São Bernardo. E depois viram patrões...

A foto de hoje é outra raridade do acervo de Luiz João Marotti: os operários da Fábrica de Móveis da família Cassettari, em 1926, no Centro de São Bernardo

Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
18/11/2021 | 00:01
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Entre os fotografados está José Paschoal Angelo Marotti, pai de Luizinho Marotti. Naquele tempo, São Bernardo já se destacava como importante centro da indústria moveleira, com muitas fábricas no eixo da Rua Marechal Deodoro e suas transversais.

Quase um século depois, é possível identificar, aqui e ali, resquícios daquelas fábricas – e uma antiga pauta desta página Memória é mapear os nomes e endereços de pelo menos uma centena de fábricas de móveis e de seus proprietários que fizeram a história de São Bernardo.

A fábrica dos Cassettari sobreviveu até 1935. Um ano antes, os marceneiros das 18 principais fábricas da cidade entraram em greve, por aumento de salário. Permaneceram 53 dias parados.

Ao final da greve, Italo Setti vendeu a sua fábrica a 105 trabalhadores por 285 contos de réis, surgindo a primeira cooperativa de móveis da cidade, em 1934, batizada de São Bernardo.

Em 1935, mais três cooperativas foram formadas, a São Luiz (da antiga fábrica dos Cassettari), São Bento e Santa Terezinha.

De uma hora para outra, com muito sacrifício para pagarem suas cotas, os operários viraram patrões, elegendo diretorias e continuando o trabalho nas linhas de produção.




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