Política Titulo São Caetano
Vitória de Auricchio faz um ano
sub judice

Doze meses após tucano ser escolhido para 4º mandato em S.Caetano, novela segue sem desfecho

Júnior Carvalho
do Diário do Grande ABC
17/11/2021 | 00:10
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Claudinei Plaza/DGABC


A vitória do ex-prefeito de São Caetano José Auricchio Júnior (PSDB) nas urnas completou um ano na segunda-feira. Embora eleito no dia 15 de novembro do ano passado para o quarto mandato, o tucano teve o registro de candidatura indeferido pela Justiça Eleitoral da cidade e, desde então, aguarda desfecho do recurso no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O impasse prolonga a instabilidade política no município, que segue governado interinamente pelo vereador Tite Campanella (Cidadania).

Reeleito com 42.842 votos no pleito de 2020, Auricchio ficou impedido de seguir na cadeira porque teve a candidatura negada pela juíza Ana Lúcia Fusaro, da 166ª Zona Eleitoral de São Caetano, que rejeitou avalizar o projeto com base na Lei da Ficha Limpa – o tucano havia sido condenado por crime eleitoral no ano anterior, em decorrência das controversas doações eleitorais à campanha tucana de 2016. O então prefeito recorreu ao TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), que, em dezembro, confirmou a decisão da primeira instância.

Em fevereiro, novo recurso de Auricchio chegou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Desde então, houve apenas uma decisão prática: em abril, o então ministro relator Luis Felipe Salomão também rejeitou o recurso e abriu caminho para nova eleição. Porém, dois meses depois o ministro voltou atrás após embargos da defesa do ex-prefeito e decidiu submeter o recurso para análise do plenário. Essa fase só voltou a andar no mês passado, quando o colegiado do TSE iniciou o julgamento.

No dia 28, Salomão mudou o posicionamento e votou favoravelmente a Auricchio. O tucano contabilizou um segundo voto a seu favor, do ministro Edson Fachin. O julgamento, que ocorreu de forma virtual (formato em que não há debate em plenário e que os ministros inserem os votos eletronicamente) foi novamente suspenso por causa de pedido de vistas do ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE.

A expectativa de figuras próximas a Auricchio ouvidas pelo Diário nos últimos dias é a de que Barroso destrave a pauta ainda neste ano. A abertura do julgamento com o placar favorável ao tucano deixou os auricchistas otimistas. Além do próprio Barroso, ainda faltam votar os ministros Nunes Marques, Mauro Campbell Marques, Sérgio Banhos e Carlos Horbach. Já Salomão, que era representante do STJ (Superior Tribunal de Justiça) no TSE, encerrou seu mandato e deixou a corte eleitoral – foi substituído pelo ministro Benedito Gonçalves.

CONTAS ELEITORAIS
Em outro processo, Auricchio viu o TSE negar recurso contra rejeição das contas da campanha eleitoral de 2016. Por unanimidade (sete a zero), a corte manteve decisão do TRE de indeferir os balancetes daquele pleito. A ação não diz respeito ao pedido de validação dos votos que está sub judice, mas é relacionada ao que está no centro das acusações que culminaram com a inelegibilidade: as doações feitas por pessoas que comprovadamente não tinham condições financeiras para contribuir com a campanha.  




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