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Grande ABC oferece atrações para manter idosos em plena atividade

Cidades apostam em cardápio diversificado e gratuito para atrair essa faixa etária, que será maioria na região em 2025

Thainá Lana
14/11/2021 | 00:31
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André Henriques/DGABC


Maturidade não precisa ser sinônimo de monotonia. Os idosos que vivem no Grande ABC têm a sua disposição uma ampla variedade de atividades gratuitas, nas áreas de esporte, lazer e cultura para manter a independência e garantir melhor qualidade de vida. As cidades da região já se preparam para acolher esse público, que será maioria em 2025, quando a média populacional das sete cidades será de mais idosos (491.820) do que crianças (486.820), segundo projeção da Fundação Seade, do governo do Estado – acesse o QR Code ao lado e tenha acesso as últimas três reportagens da série sobre o envelhecimento da população.

Quem não pretende ficar parado depois dos 60 anos pode escolher entre extensa programação de atividades para incluir na rotina, como aulas de dança, musculação, hidroginástica, pilates, música, teatro, artesanato, meditação, informática, entre outras. Cinco municípios oferecem centros de referência do idoso, sendo eles Santo André (um), São Bernardo (um), São Caetano (cinco). Diadema (um) e Ribeirão Pires (um). Além das estruturas específicas, todas as cidades da região ofertam nos Cras (Centros de Referência da Assistência Social), atividades específicas para os idosos.

Santo André, que já vive a realidade do envelhecimento populacional desde 2020, aproveitou o período da pandemia da Covid para reformular as atividades do Crisa (Centro de Referência do Idoso). O secretário de Cidadania e Assistência Social da cidade, Marcelo Delsir da Silva, conta que a pasta se preparou para retomada das atividades na próxima terça-feira. “A cidade tem mais de 100 mil idosos e por isso precisamos oferecer todas as possibilidades para que eles se desenvolvam. Durante a pandemia, realizamos algumas mudanças para acolher o maior número de pessoas na reabertura do espaço”, explica o secretário.

Entre as novidades está a mudança de endereço do Crisa, que saiu do bairro Jardim e foi para o Centro; ampliação no número e modalidades de oficinas ofertadas e diminuição na duração das atividades para aumentar a rotatividade das pessoas beneficiadas.

A aposentada Neusa Maria Cavalini Tamasauskas, 63, frequenta há mais de três anos o Crisa e relata como o espaço mudou a maneira de lidar com o tempo livre que a aposentadoria trouxe. “Quando parei de trabalhar fui atrás para saber o que a cidade oferecia e foi assim que cheguei ao Crisa. No começo fiquei tão empolgada que me inscrevi em diversas atividades, tinha aula todos os dias. Já fiz fiz yoga, ginástica, pilates e dança cigana – modalidade que despertou minha paixão”, conta Neusa, eleita em 2019 Miss Terceira Idade de Santo André.

Outro município que já registra mais idosos do que crianças é São Caetano. Ao longo desses 16 anos, a cidade investiu em serviços públicos para a demanda. Os cinco Cises (Centros Integrados de Saúde e Educação), com previsão de inauguração da sexta unidade em dezembro, oferecem além das atividades culturais, atendimento médico, como geriatria, psicologia, terapia holística e fisioterapia holística. Os espaços auxiliam os idosos com orientação jurídica.

O casal de aposentados Maria Augusta Galezo, 75 e Antônio Santo Galeazo, 77, já participaram de diversas atividades ao longo dos dez anos que frequentam o Cise Moacyr Rodrigues, no bairro Santo Antônio. “Estamos fazendo aula de alongamento e tem sido muito bom para nosso corpo, mas, principalmente, para mente, que sofreu muito durante a pandemia”, desabafa Antônio.

Professora de artes aposentada, Leila Guimarães, 61, iniciou na musculação no Cise há dois meses, “Sinto diferença grande na musculatura, os aparelhos trabalham tudo, pernas, braços, todo o corpo”.

O coordenador administrativo da Comtid (Coordenaria Municipal da Terceira Idade), Welber Cavalcante Macedo, explica que São Caetano possui fundo próprio para custear os projetos destinados a essa parcela da população. “Os programas voltados para os idosos contam com recurso público, oriundo do Fundo Municipal do Idoso, que recebe doações de pessoas físicas e jurídicas, e todo dinheiro arrecadado é destinado para ações que beneficiem os moradores mais velhos”, explica Macedo.

Os idosos são-bernardenses têm atividades de convivência, socioeducativas, culturais e de lazer no CRI (Centro de Referência do Idoso) e nos Cras. As atividades presenciais devem retornar no próximo mês. Diadema atende mais de 300 idosos nos serviços de convivência da cidade, entre os CCMI (Centro de Convivência da Melhor Idade) e os Cras.

Rio Grande da Serra vai esperar até que toda população idosa receba a dose complementar da vacina contra Covid para retomar a programação na cidade.

Antes da pandemia mais de 700 idosos frequentavam o Centro de Referência do Idoso, em Ribeirão Pires. Com o retorno das atividades presenciais nesse ano, cerca de 200 estão atualmente participando das aulas de artesanato, informática, ginástica, entre outras.

As inscrições em todas as cidades devem ser feitas presencialmente nos equipamentos públicos.

Tecnologia: a nova amiga da terceira idade

Com a crise sanitária da Covid, as atividades presenciais nos centros de referência ao idoso foram interrompidas e, para manter a rotina dos moradores mais velhos, os equipamentos públicos de Santo André e São Caetano realizaram transmissões ao vivo das atividades durante o período em que estiveram fechadas.

A massagista Dolores Gomes Batista, 68, frequentadora há três anos do Crisa (Centro de Referência do Idoso), em Santo André, conta que o impacto do isolamento físico foi menor por conta das lives. “A pandemia foi difícil, claro, mas consegui aplicar tudo que aprendi no centro em casa. Assisti transmissões ao vivo de aulas de ginástica, dança e yoga. O artesanato também foi uma companhia”, diz a aposentada.

Dolores procurou o espaço por indicação da sua psicóloga, após ser diagnosticada com depressão. “Me senti muito sozinha depois que minhas filhas casaram e minha neta cresceu. Durante toda minha vida cuidei da casa, dos filhos e quando percebi que não tinha mais isso fiquei desesperada sem saber o que fazer. Foi quando a psicóloga recomendou que eu procurasse atividades que me fizessem bem. Entendi que era hora de cuidar mais de mim”, Dolores já se inscreveu na próxima turma das oficinas de violão, dança e yoga.

No espaço público de Santo André, o projeto Conectando Gerações também oferece aulas de redes sociais para idosos. Estudantes do Colégio Arbos vão uma vez por semana na unidade para ensinar os frequentadores como utilizar o WhatsApp e até criar um perfil nas redes sociais, como Facebook e Instagram.

“Durante a pandemia essas redes se tornaram canais essenciais para manter as relações sociais, e os idosos que frequentam nosso espaço pediram para aprender mais sobre isso. Então oferecemos aulas de informática e de redes sociais, assim eles aprendem a usar o computador e também a mexer nas mídias”, explica o secretário de cidadania e assistência social de Santo André, Marcelo Delsir da Silva

As oficinas de informática, dança, hidroginástica, ginástica, pilates e alongamento muscular, são algumas das mais procuradas pelos moradores da terceira idade do Grande ABC.




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