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Polícia estoura laboratório de drogas

Casa na Capital estocava e distribuía para a região, além de esconder arsenal de fuzis e granadas

Rafael Ribeiro
do Diário do Grande ABC
25/05/2012 | 07:00
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As investigações sobre um depósito e ponto de distribuição de drogas para o Grande ABC levaram policiais civis da Dise (Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes) de São Bernardo a encontrar, na manhã de ontem, uma casa no bairro do Ipiranga, Zona Sul da Capital, que funcionava como laboratório clandestino para o preparo dos entorpecentes. Além disso, era escondido no local grande arsenal de armas, com direito a granadas, que poderiam ser usadas em ações criminosas. Ninguém foi preso.

O imóvel, na Rua Corá, é vizinho da casa onde, em abril, agentes do Deic (Departamento de Investigações sobre Crime Organizado) prenderam 14 pessoas, incluindo um policial militar, acusadas de formarem quadrilha que praticava roubos a condomínios fechados da Zona Sul da Capital. O bando também é suspeito de protagonizar roubos a caixas eletrônicos de Santo André em 2011. Em uma dessas ações, um policial foi morto a tiros.

"Vamos trocar informações com o Deic e intensificar as investigações para saber se há relação entre as quadrilhas. Faremos de tudo para identificar e prender os responsáveis por manterem essa casa", disse o delegado seccional de São Bernardo, Rafael Rabinovici.

Não foram encontradas drogas no imóvel. Mas todos os indícios levam os policiais a acreditarem que, de fato, ali funcionava um laboratório. Além do equipamento, havia no local diversos produtos químicos usados na mistura de cocaína, como veneno em pó para pragas de plantações e bicarbonato de sódio.

Os agentes da Dise fizeram campana na porta da casa desde a noite de quarta-feira. Como a casa não apresentava movimentação e a presença dos policiais já chamava a atenção da vizinhança, decidiram invadir o prédio, que está em obras. Cheio de caminhos internos, paredes falsas e passagens subterrâneas que levavam a quartos, cada qual com um banheiro, a polícia acredita que do imóvel seria feito um hotel. "Não descartamos que fosse usado como cativeiro em possíveis sequestros", disse Rabinovici.

As armas foram encontradas em uma dessas armadilhas. Dentro de parede falsa estavam dez metralhadoras e três fuzis, além de revólveres e 12 granadas. Dentro de banheira que estava encoberta por entulho, embaladas como drogas, foram encontradas caixas com mais de 12 mil projéteis dos mais variados calibres. Também foram apreendidos equipamentos como canos silenciadores e carregadores.

"Só de tirar um armamento pesado desse das ruas já é um grande feito", avaliou Rabinovici. O proprietário do imóvel não havia sido localizado pelas autoridades. A equipe do Diário tentou entrar em contato com o engenheiro responsável pela reforma, conforme placa que estava no portão do local, mas não obteve resposta.

Assustados com dois casos de repercussão na rua em menos de dois meses, os vizinhos evitaram fazer comentários. "A gente percebia um entra e sai de pessoas todo dia, mas nem suspeitava que fosse algo do tipo", disse um deles.




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