Economia Titulo Crescente
Demanda por cestas básicas aumentou 30% na pandemia

Real Cestas, de S.Bernardo, tem objetivo de facilitar doação de kits para incentivo a solidariedade

Por Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
27/06/2021 | 00:40
Compartilhar notícia
Claudinei Plaza/DGABC


Desde o início da pandemia a demanda por cestas básicas, de limpeza e de Natal cresceu 30% na Real Cestas, de São Bernardo. Antes, os principais clientes eram as empresas, que adquiriam os kits para dar aos funcionários ou mobilizavam os colaboradores em campanhas pontuais de doação. Agora, é crescente o incremento de pessoas físicas que buscam ajudar aqueles que foram prejudicados pela crise sanitária.

A Real, atualmente comandada por Gustavo Defendi e seu irmão Juliano, tem como objetivo facilitar o processo de doação de cestas para incentivar a solidariedade não apenas em momentos de crise econômica. “As doações têm que continuar (depois da pandemia), senão, vamos cada vez mais agravar a violência, os roubos. Vivemos em um País muito desigual”, afirmou Defendi em entrevista exclusiva ao Diário.

O diferencial da Real Cestas é a personalização, uma vez que monta cestas de acordo com as necessidades ou desejos de determinado cliente. Ou, ainda, conforme a demanda sazonal. Exemplo é que, com a aproximação do inverno, kit de cesta básica com um cobertor foi lançado a R$ 60. Além disso, a companhia disponibiliza em seu site a opção de fazer a doação diretamente a uma entidade assistencial. “As pessoas muitas vezes querem doar, mas não sabem onde”, observou Defendi.

Uma vez que a encomenda é feita, a empresa se responsabiliza pela montagem e entrega dos produtos. Tudo é feito na matriz, localizada na Vila Planalto, em São Bernardo, onde os 150 colaboradores seguiram trabalhando com todos os protocolos de segurança desde o início da pandemia. “Estamos fazendo entregas em todos os estádios de São Paulo (Capital) pela Cufa (Central Única das Favelas) para o projeto Mães da Favela. São mais de 30 mil cestas”, exemplificou o empresário.

Mais uma mudança observado no último ano foi o perfil de compra da cesta de Natal. Segundo Defendi, no pré-pandemia algumas empresas costumavam dar festas para comemorar o fim do ano. Como em 2020 não foi possível, elas decidiram presentear os empregados com kits natalinos, gerando incremento na demanda por itens deste segmento.

HISTÓRIA
A Real Cestas nasceu em julho de 2000. “Meu pai tinha o perfil de muita gente do Grande ABC. Trabalhou a vida toda na Brastemp, (onde) se aposentou. Quando eu tinha 19 anos, estava na faculdade e eu tinha um amigo que fazia (curso na área) agro (agronomia) e ele sempre dizia sobre como o setor de cestas era bom”, lembrou. Até que um dia, ele e o pai viram um anúncio no Diário sobre uma empresa, então chamada Harmonia Cestas, que estava à venda. “Meu pai apostou tudo, comprou e começamos nossa empresa”, contou.

À época, a firma vendia em média 300 cestas básicas por mês. Embora a Real Cestas não abra números, o crescimento nestas duas décadas foi exponencial. O segredo é sempre entender as principais demandas do mercado. “Tínhamos a preocupação que o cartão alimentação poderia nos prejudicar, mas entendemos que o setor produtivo é nosso cliente (ou seja, quem trabalha em linhas de produção). (Quem trabalha no setor) Administrativo, não é nosso cliente (porque recebe o benefício no cartão)”, explicou Defendi.

Outro avanço foi a busca por produtos de qualidade. O empresário recordou que a cesta básica era vista como um produto de segunda linha. Porém, agora, com o incremendo do poder de compra do trabalhador, há pressão para que os itens sejam de marcas de primeira linha. Adicional é a personalização de acordo com o segmento do trabalhador. Exemplo é que o kit de funcionários de posto de gasolina inclui sabão em pedra para limpar possíveis manchas na roupa de trabalho.
Colaborou Nilton Valentim 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;