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Por BRT, Metra terá que investir R$ 3,7 bilhões no Grande ABC

Contrato com Estado prevê valores para substituto da Linha 18, Corredor ABD e Área 5

Por Junior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
27/06/2021 | 00:38
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André Henriques/DGABC


A Metra terá de investir R$ 3,74 bilhões em mobilidade no Grande ABC nos próximos 25 anos em decorrência do pacotão de concessões assinado com o governo do Estado recentemente e que envolve a operação do BRT (ônibus de alta velocidade, na sigla em inglês), que ligará a região à Capital. Os valores constam em planilha enviada pelo Palácio dos Bandeirantes à Assembleia Legislativa, a qual o Diário teve acesso.

Em resposta a requerimento formulado pelo deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT), de São Bernardo, a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) justificou os motivos pelos quais autorizou a entrega de três concessões à Metra, que, juntas, custarão R$ 22,6 bilhões: além de antecipar a prorrogação da gestão das linhas de trólebus do Corredor ABD até 2046, a empresa garantiu a implantação e gestão do BRT e a operação de uma centena de linhas intermunicipais da antiga Área 5. Nos questionamentos, o parlamentar sugeriu “favorecimento” à empresa e até “monopólio”, já que a EMTU decidiu não licitar o BRT separadamente.

No ofício, a EMTU argumentou que a entrega do pacotão a uma só empresa, no caso a Metra, se deu devido à “interdependência” entre os modais. Em suma, a estatal destacou que o modelo do acordo é garantido por lei e que a união das três concessões funcionará como corredor tronco alimentador, formato em que um transporte complementa o outro. Nesse sentido, além de promover já no primeiro ano de contrato R$ 1,76 bilhão em investimentos com infraestrutura, equipamentos e renovação de frota, a Metra fará a reorganização dos itinerários da Área 5, reduzindo a idade média dos coletivos para seis anos, extinguindo e modificando algumas linhas intermunicipais.

A EMTU também citou “dificuldades históricas” enfrentadas pelo governo paulista para tirar do papel projetos de mobilidade que ligariam o Grande ABC à Capital, como a extinta Linha 18-Bronze do Metrô e os frequentes fracassos na tentativa de licitar a Área 5. “(O projeto surgiu) No sentido de viabilizar, ao longo de quase dois anos, uma solução de mobilidade para o Grande ABC, por todas as dificuldades históricas de propiciar um serviço adequado à população”, citou a EMTU.

A promessa de implementação do BRT surgiu em julho de 2019, quando o governador João Doria (PSDB) enterrou publicamente a Linha 18. O modal, projetado como monotrilho, chegou a ter contrato assinado, mas nunca saiu do papel porque esbarrou na falta de crédito externo do Palácio dos Bandeirantes para bancar o início das intervenções, como desapropriações de imóveis no traçado do monotrilho. Em abril, quase dois anos depois da promessa, o Estado deu aval para que a Metra inicie a implantação do BRT com a garantia de entregar o modal à população em dezembro de 2022.

O projeto do BRT terá 18 quilômetros de extensão. O Grande ABC será contemplado com estações em São Bernardo, Santo André e em São Caetano. Recentemente, a Prefeitura de Diadema anunciou que pleiteia junto ao Estado a inclusão do município no traçado. 




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