Setecidades Titulo Medidas sanitárias
Prefeitos defendem uso
de máscara na região

Mandatários rebatem afirmação de Bolsonaro, que sugeriu que utilização do item fosse desobrigada

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
15/06/2021 | 00:01
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André Henriques/ DGABC


Prefeituras do Grande ABC rebateram afirmação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e afastaram a possibilidade de tirar a obrigação do uso da máscara mesmo com o avanço da vacinação contra a Covid. Na semana passada, o chefe da Nação, durante fala a aliados, declarou que elaboraria decreto, junto com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que versaria a “desobrigação” da utilização da máscara sob alegação de que, com a vacinação, as pessoas poderiam deixar de utilizar o item considerado essencial para evitar disseminação do coronavírus por especialistas em infectologia. O presidente sempre foi crítico da máscara, desde o inicio da pandemia ainda no ano passado.

Para o prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), o município adota medidas pautadas pela ciência e pela saúde desde o princípio da pandemia e a ideia é incentivar o uso de máscara e de outras iniciativas que previnam a transmissão do vírus. “Vamos manter esta postura até termos, pelo menos, 70% do público adulto vacinado e, portanto, um ambiente seguro. Com índices de transmissão controlados e a expansão da vacina, poderemos planejar este momento de forma responsável”, declarou o tucano.

Duramente criticado por médicos e por figuras políticas, Bolsonaro chegou a retirar o que disse e afirmou que a decisão, de se utilizar ou não a máscara, cabe, principalmente , aos prefeitos e governadores. Queiroga tem defendido a utilização do item como barreiras para impedir a proliferação da Covid.

A Prefeitura de São Bernardo, sob comando de Orlando Morando (PSDB), foi sucinta ao dizer que não trabalha com hipóteses. “Vamos aguardar qualquer ato ser oficializado antes de se manifestar”, alegou nota enviada pela administração.

Em São Caetano, o prefeito Tite Campanella (Cidadania) também rechaçou a possibilidade. “Seguiremos as orientações do nosso comitê técnico. Ainda não é momento de pensarmos em flexibilizar o uso da máscara. Temos que avançar na imunização da população e seguir com os protocolos sanitários.”

Já a Prefeitura de Diadema, cujo mandatário é José de Filippi Júnior (PT), não emitirá qualquer decreto sobre a desobrigação do uso de máscara. Para o prefeito, o uso do item é uma das barreiras de proteção contra a disseminação do vírus. “O uso de máscara, juntamente com outras medidas de prevenção, como a higiene das mãos com álcool gel e a vacinação em massa são os recursos para o enfrentamento da pandemia”, declarou.

Com críticas um pouco mais duras à fala do presidente Bolsonaro, o prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PL), também defendeu uso da máscara. “Não vou desobrigar a utilização da máscara, mesmo sendo uma decisão individual. Não faremos nada nesse sentido. Na verdade, achei até um pouco de maldade na fala de Bolsonaro. Um desserviço ao combate à pandemia”, sustentou o prefeito.

Em Mauá, sob gestão do prefeito Marcelo Oliveira (PT), a Secretaria de Saúde alegou que segue os preceitos da ciência quanto ao uso da máscara e a considera fundamental. “O término do ciclo vacinal e a contaminação prévia não extinguem a possibilidade de contágio”, declarou a administração.

A Prefeitura de Rio Grande da Serra não respondeu à demanda do Diário.

Para o médico infectologista e professor da FMABC (Fundação de Medicina do ABC) Olavo Leite, a máscara é uma das barreiras mais importantes para evitar a Covid-19. O infectologista alerta que a máscara atua no impedimento de transmissão de gotículas e de aerossol no ar. “Neste momento a máscara ainda é muito importante, pois estamos em fase alta de transmissão da Covid. Não podemos abandoná-la”, comentou o especialista, que ainda afirma que, mesmo vacinado, o indivíduo pode transmitir a doença. “Não existe vacina com 100% de eficácia. Na nossa situação (no Brasil), onde menos de 30% da população está efetivamente vacinada, ainda assim, o imunizado diminui o risco de transmissão, mas ainda pode transmitir”, sustentou. 




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