As denúncias contra policiais civis e militares da região enviadas à Ouvidoria aumentaram 22,22% no primeiro trimestre deste ano em comparação com mesmo período do ano passado. De 54 casos em 2006, esse número passou para 66 em 2007.

Nos três primeiros meses, as principais queixas foram sobre infração disciplinar, homicídio, má qualidade no atendimento, reclamação contra superior hierárquico e abuso.

De acordo com o secretário-geral do Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana), Ariel de Castro Alves, o acréscimo de reclamações ocorreu, principalmente, por causa dos ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital) em 2006.

“Houve dois aspectos importantes que foram conseqüência dos ataques. Em primeiro lugar, a população tomou conhecimento maior do papel da Ouvidoria e realizou mais denúncias a respeito da atividade policial. O segundo ponto é que os policiais tiveram maior sensação de impunidade com a reação aos ataques e passaram a cometer mais irregularidades”, avaliou Alves.

Caça-níqueis - O delegado seccional de São Bernardo, Marco Antônio de Paula Santos, responsável também por São Caetano, tem outra visão. “Neste ano, a atividade policial ficou mais exposta por causa da atuação com caça-níqueis. Por conta disso, a população fez mais queixas”, argumentou.

O comando da Polícia Militar na região informou que segunda-feira não poderia comentar os números apresentados pela Ouvidoria. A Secretaria de Segurança Pública disse não ter condições de informar quantos casos da região enviados pela Ouvidoria se tornaram inquéritos na Corregedoria das polícias Civil e Militar.

O telefone da Ouvidoria é 0800-177070. As denúncias também podem ser feitas pessoalmente na Rua Japurá, 42, Centro da Capital, das 9h às 15h.