Economia Titulo Novos aumentos
Preço médio da gasolina chega a R$ 4,99 e, do diesel, R$ 4,39

Diante das altas, Bolsonaro disse que por dois meses não haverá imposto federal sobre diesel

Por Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
19/02/2021 | 00:06
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Denis Maciel/DGABC


A Petrobras anunciou mais um aumento nos preços da gasolina e do óleo diesel a partir de hoje. A estimativa é a de que, com o reajuste de 10,22%, o litro da gasolina chegue a custar média de R$ 4,99 na região, passando de R$ 5 em alguns postos revendedores. Já o óleo diesel teve aumento de cerca de 15% e deve custar R$ 4,39 nas bombas, conforme fontes do mercado. Trata-se da quarta alta consecutiva no preço da gasolina somente neste ano, totalizando acréscimo de 34,78% em 2021. Já o diesel, que teve três altas, avançou 27,72% desde janeiro.

Dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) tabulados pelo Diário mostram que a média da gasolina era de R$ 4,48 o litro na última semana e, do diesel, R$ 3,82. Porém, na semana passada ocorreu um reajuste nos combustíveis que pode não ter sido precificado na média ainda.

O presidente do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do ABCDMR), Wagner de Souza, afirmou que o impacto deve girar em torno de R$ 0,16 na gasolina e R$ 0,30 no diesel, sendo que o preço, que é livre, ressalta, depende de cada posto. Somado ao aumento anterior, os combustíveis encareceram R$ 0,28 e R$ 0,41, respectivamente, em pouco mais de uma semana.

“Cada vez que vem um aumento deste tamanho, o revendedor precisa de mais capital de giro, já que ele vai comprar esse combustível mais caro e receber normalmente depois 30 dias, que é o que acontece quando ele é pago com cartão de crédito. E esse estabelecimento não tem rentabilidade para fazer isso. O que a gente tem monitorado são cerca de 70% dos postos do Grande ABC em situação econômica extremamente difícil, recorrendo a bancos. E o consumidor que vai colocar o combustível para trabalhar ou mesmo para o lazer, vai sentir esse impacto muito forte”, disse.

Diante do anúncio, o presidente Jair Bolsonaro anunciou durante live semanal no Facebook que a partir de 1° de março não haverá nenhum imposto federal sobre o preço do diesel por dois meses. Bolsonaro considerou o aumento “fora da curva” e “excessivo”.

Os impostos federais que incidem sobre o diesel são PIS, Cofins e Cide – eles compõem 9% do valor final do produto. Durante os dois meses de isenção, afirmou que o governo estudará medidas para buscar zerar os tributos federais sobre o produto no longo prazo.

A redução do PIS/Cofins no óleo diesel atende a demanda de caminhoneiros, base de apoio do presidente que tem pressionado o governo por causa do aumento do combustível. Em ameaça indireta ao presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, Bolsonaro citou que o comandante da estatal chegou a dizer, há alguns dias, que não tinha “nada a ver com os caminhoneiros”. “Como disse o presidente da Petrobras, há poucos dias: ‘Eu não tenho nada a ver com caminhoneiro’. Foi o que ele falou. Isso vai ter uma consequência, obviamente.”

A Petrobras afirmou que não comentaria as declarações. Quanto aos aumentos, os atribuiu ao dólar e barril de petróleo, que estão mais caros.

Em outra frente, o governo enviou projeto ao Congresso para que o ICMS, imposto estadual, tenha valor fixo.

(com Estadão Conteúdo)
 




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