Economia Titulo Reflexo da crise
Dois prédios da CVC estão fechados

Operadora aposta no digital e efeito colateral é sentido na região; funcionários operam de casa

Por Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
11/02/2021 | 00:12
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DGABC


A CVC Corp, empresa de capital aberto do setor de turismo que é sediada em Santo André, batalha para se reinventar. A companhia quer apostar fortemente no digital a partir deste ano, com aplicativo, segmentos temáticos de viagens, programa de fidelidade e oferta de aluguel de casas para temporada. O efeito colateral da medida, porém, é sentido na região. Dois dos cinco prédios ocupados pela companhia na cidade estão fechados, com funcionários trabalhando de casa, o que mostra a força da crise da pandemia, somada a problemas internos na saúde financeira da empresa.

Ontem, o Diário verificou que dois prédios da companhia (um no Grand Plaza Shopping e outro na Rua das Figueiras, ambos no bairro Jardim) estavam fechados e aparentemente vazios. Um aviso na porta dos edifícios informa que nos locais não são feitos atendimentos presenciais.

Em 2018, quando ampliou a presença em Santo André com aquisições de empresas do setor, a CVC Corp passou a manter cerca de 3.000 funcionários em cinco prédios. Em dezembro do ano passado, porém, convocou os trabalhadores a esvaziarem as gavetas já a partir de janeiro. A jornada dos profissionais deve continuar em home office, mesclada com alguns dias presenciais, o que configura modelo híbrido. A companhia também deixou claro que avaliaria o modelo home based, com os funcionários trabalhando de casa, com idas esporádicas à matriz.

Questionada, a Prefeitura de Santo André informou que não recebeu nenhuma notificação oficial de devolução de espaço. “A Prefeitura se coloca sempre à disposição das empresas nos desafios da pandemia, não interferindo na gestão estratégica de nenhuma administração. O mundo está se movimentando com nova realidade e os trabalhos em home office também são parte deste momento”, informou a administração, em nota.

RETOMADA

Ontem, a empresa realizou o CVC Day, evento on-line destinado a mostrar aos investidores e analistas de mercado as projeções da empresa para este ano. Na véspera, quatro integrantes do conselho da empresa renunciaram, e o CEO do grupo, Leonel Andrade, falou sobre o assunto, afirmando que a renovação era “mais do que natural.” Novos integrantes serão anunciados em 11 de março.

A empresa avisou que vai focar investimentos na subsidiária norte-americana VHC, comprada em 2017, e que trabalha com aluguel de casas para temporada. A ideia é elevar o número de imóveis disponíveis de cerca de 225 para 8.000 nos próximos anos e também lançar operações da unidade no Brasil.

Além disso, vai apostar em aplicativo; marketplace temático com produtos de viagem segmentados por públicos religioso, idosos e LGBT; programa de fidelidade com bancos; e apostar em vendedores autônomos, nos moldes de empresas como Avon e Natura, como complemento às lojas físicas.

Dessa forma, as agências de viagem, que vêm sofrendo com a crise conforme já mostrado pelo Diário, podem sentir ainda mais impactos. Andrade reforçou que as franquias são a prioridade e o canal principal da CVC e terão investimentos nos pontos de venda e em tecnologia, gestão e apoio. A CVC Corp está com 1.250 lojas abertas, o que representa 90% da quantidade do pré-crise.

Deixarão de existir as marcas Esferatur, Trend e Visual, e a marca RexturAdvance passará a ser a única para atender os agentes de viagens. No on-line, a CVC Brasil será unificada junto a Submarino Viagens.

Mesmo com o anúncio dos planos para 2021, a ação da empresa caiu 2,24% ontem, para R$ 19,23.

Questionada, a empresa não retornou às tentativas de contato do Diário.
 




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