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OTAN e ONU seguem vigilantes, apesar da relativa calma em Kosovo
Por Da AFP
20/03/2004 | 13:05
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Os soldados da Força Multinacional da Otan (Kfor) em Kosovo e a polícia da ONU, que esperavam neste sábado novos reforços, permaneciam vigilantes, apesar da relativa calma que reinava na província, onde as violências étnicas deixaram 28 mortos e 600 feridos deste quarta-feira.

Um primeiro comando de 50 soldados alemães de um batalhão de infantaria blindada partiu na manhã deste sábado da base de Wunstorf, perto de Hanover (norte), com destino a Kosovo, para onde Berlim prometeu enviar 600 soldados suplementares.

Esses militares se somarão aos dois mil soldados da Otan que chegaram a Kosovo para reforçar os efetivos da Kfor, que conta com 17 mil soldados, além de dez mil policiais da ONU e agentes locais.

Em Washington, o governo americano lançou um apelo nesta sexta-feira para todas as comunidades do Kosovo para cessarem os atos de violência, com ênfase para os kosovares de origem albanesa, e anunciou para a manhã de terça-feira a realização de uma reunião do "grupo de contato" internacional, em Bruxelas.

Neste sábado, a calma reinava no local, segundo um porta-voz da missão da ONU (Minuk) em Pristina, capital da província.

A Kfor instalou controles em todas as estradas que levam a Pristina a fim de impedir novos confrontos entre albaneses e sérvios.

"Há bastante calma, a situação está muito tranqüila neste sábado, não houve incidentes ou maiores atos violentos", disse à AFP Hua Jiang, porta-voz da Minuk.

Os atos de violência que castigam a província esta semana são as piores desde 1999, quando Kosovo passou a ser administrada pela ONU.

Em três dias, pelo menos 16 igrejas sérvias foram incendiadas, bem como 100 casas pertencentes a sérvios.

Aproximadamente 900 sérvios foram tirados de casa e estão nos campos da Kfor sob proteção da Força Multinacional.

A violência na província foi chamada de "limpeza étnica" nesta sexta-feira pelo almirante Gregory Johnson, comandante da Otan para o sudeste da Europa.

"O Kosovo multiétnico foi incendiado", intitulou neste sábado o influente semanário albanês Java, ao analisar os efeitos que a violência teria no processo de paz na província.

Os líderes albaneses não comentaram até agora as declarações do almirante Johnson, mas o governo local deverá se reunir para examinar a situação que distanciou ainda mais as duas principais etnias da província: os albaneses, que representam cerca de 95% dos dois milhões de habitantes, e os sérvios, aproximadamente 5%.

Em Belgrado, o Conselho Supremo de Defesa (VSO) da Sérvia e Montenegro reforçou, durante reunião celebrada na noite de sexta-feira, a necessidade de uma adesão "urgente" de Belgrado às gestões de paz da Otan "com a finalidade de facilitar uma solução eficaz para a crise em Kosovo".

Mais de 200 mil sérvios tiveram que deixar Kosovo depois de junho de 1999.




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