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Após três semanas, caixa-d’água começa a ser retirada em Diadema

Moradores ainda aguardam por indenizações por parte da CDHU; nove veículos foram danificados pelo reservatório

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
15/09/2020 | 00:01
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Celso Luiz/DGABC


Após mais de três semanas do incidente em que uma caixa-d’água desabou na Avenida Afonso Monteiro da Cruz, no bairro Serraria, em Diadema, só ontem o reservatório começou a ser removido. A estrutura, que caiu durante tentativa de demolição em 23 de agosto, está sendo quebrada aos poucos. Na semana passada, a empresa que executa a obra, sob responsabilidade da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) reforçou as escora com terra para evitar acidentes. A expectativa dos moradores dos dois condomínios em frente ao local, agora, é com a indenização dos danos, sobretudo dos nove veículos atingidos, cinco deles com perda total.

Morador do Condomínio Mata Virgem 2, o vigilante Marcio Renê de Lima, 43 anos, aguarda desde o dia 23 de agosto para que tirem debaixo da caixa-d’água o seu carro, um Volkswagem modelo Fox, 2007, que foi completamente destruído. O munícipe está preocupado com a indenização porque, apesar de ser acompanhado por um advogado – que também representa outros seis proprietários de veículos –, ainda não avançou nas tratativas sobre indenização. “A gente não tem resposta, sabemos que era um consórcio que estava tocando a obra, várias empresas, e ninguém entra em contato para falar se vão ressarcir ou quando vai ser”, afirmou. O muro do conjunto habitacional também foi danificado.

Tomaz Batista dos Santos, 42, um dos síndicos do Condomínio Santa Vitória, que também registrou danos estruturais e alguns moradores tiveram seus veículos avariados, informou que foi contatado ontem pela CDHU para envio de documentação. “Acredito que seja para enviar ao seguro e começar a pagar as pessoas”, afirmou.

Em nota, a CDHU informou que acionou a seguradora para indenização dos proprietários que tiveram seus veículos danificados e solicitou urgência na emissão do laudo final para que os pagamentos sejam efetivados. A companhia afirmou que também fez testes na tubulação de gás e não detectou nenhum vazamento na rede existente e, sim, nos registros e reguladores vencidos de botijões situados em abrigos de dois blocos do empreendimento. Por ocasião da queda da caixa-d’água, os moradores estavam reclamando de vazamentos na tubulação dos botijões de gás que ficam no térreo.

A retirada do reservatório era realizada pela GG Demolidora, mas a obra estava embargada havia um mês pela Prefeitura de Diadema, uma vez que não possuía alvará. A demolidora foi contratada pelo Consórcio Nor Brasil-TPD, que prestava o serviço de remoção do reservatório, já desativado, para a CDHU. A empresa GG Demolidora não tem registro na Jucesp (Junta Comercial do Estado de São Paulo) e a responsável técnica, Elisabeth da Silva Oliveira, não consta dos registros do Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia) como profissional cadastrada.

O Crea-SP (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) de São Paulo informou que os profissionais responsáveis pela demolição da caixa-d’água que compõem o Consórcio Diadema F (empresas TDP Engenharia e Nor Brasil) tiveram os seus registros suspensos, de forma cautelar, por 60 dias, desde 4 de setembro. “Assim sendo, estão impedidos de exercer quaisquer atividades ligadas à área de engenharia durante este período”, informou em comunicado. Os representantes da Nor Brasil e GG Demolidora não retornaram os contatos do Diário. Não foi possível localizar contatos da TDP Engenharia. 




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