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Mulher atropela suposto assaltante em São Caetano
Por Artur Rodrigues
Do Diário do Grande ABC
11/08/2005 | 08:01
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Seria só mais um assalto em São Caetano se a vendedora M.O., 23 anos, não tivesse resolvido ir atrás dos ladrões e ter atropelado um deles. Mesmo com o filho de dois meses no carro, acelerou na perseguição atrás de Diogo Felipe Gardim, 18 anos. Poucos quilômetros depois, acertou em cheio a traseira da motocicleta que dirigia. "Ele voou longe", comenta a vendedora. Gardim foi preso pela Guarda Civil Municipal em frente ao Parque Chico Mendes, no bairro Cerâmica. O outro motoqueiro fugiu, com a arma do crime e o dinheiro da vítima.

M. havia ido até a agência do Itaú da rua Visconde de Inhaúma, no bairro Nova Gerte, para sacar R$ 7 mil. No banco, esperou cerca de 15 minutos para fazer o saque e, com o pacote em mãos, entrou no seu Fiat Stilo. Ligou o carro e foi abordada por dois assaltantes, cada um em uma motocicleta. Armado, Gardim teria pego o dinheiro e tentado fugir. "Pensei em não dar o pacote, mas como vi que um deles estava armado mudei de idéia", lembra M., que nunca havia sido assaltada.

A vendedora conta que não pensou em nada quando deu início à perseguição. "O dinheiro que eles estavam levando era suado", lamenta. Segundo ela, no meio do caminho, Gardim deve ter passado o dinheiro e a arma para o outro motoqueiro, que fugiu. No fim, M. ficou sem o dinheiro e com a frente do carro amassada.

Diogo Felipe Gardim disse ao Diário não ter participado do assalto. Diz que trabalha como motoqueiro fazendo serviços bancários. No entanto, não tem carteira assinada. "Eu estava saindo do banco quando a mulher resolveu me atropelar. Eu fugi para que o carro não passasse por cima de mim", afirma Gardim.

O suposto assaltante não sofreu ferimentos sérios. Foi encaminhado ao Pronto-Socorro Central da cidade. Horas depois, estava no 3º DP. Arranhões pelo corpo e as roupas rasgadas eram o único sinal de que Gardim fora atropelado no fim da manhã desta quarta-feira. Na delegacia, ele se recusava a dizer nome do suposto comparsa.

Segundo a polícia, o suspeito tem passagem pela Febem (Fundação do Bem-Estar do Menor) por motivo não divulgado. Ele será indiciado por roubo, artigo 157 do Código Penal. A pena para o delito é de quatro a dez anos de reclusão e multa. A moto usada pelo homem, uma Honda CG 125, não é produto de roubo, segundo a polícia.

Policiais do 3º DP afirmam que investigam o paradeiro do assaltante que fugiu. O primeiro local a procurar é o bairro onde mora Gardim, a Vila Brasilina, na zona Sul da capital.

Tática – Entre os pertences de Gardim, estavam vários extratos bancários. A polícia informa que a documentação era retirada somente para não despertar suspeitas sobre o acusado, que permaneceria no banco procurando uma vítima potencial.

A polícia recomenda evitar fazer saques de alto valor na boca do caixa. O ideal seria utilizar outras formas de movimentação bancária, como a transferência. Sacar altas somas só em último caso.

Outra dica é disfarçar ao máximo o motivo da ida ao banco. Comentar que vai se fazer um saque com quem aguarda na fila é uma das piores coisas que se pode fazer dentro de uma agência.

Assalto na saída do banco, como o que sofreu a vendedora M., está em queda, segundo delegados do Grande ABC. A moda entre os criminosos é seguir a vítima até sua residência. A tática funcionaria melhor porque, ao longo do percurso, a vítima pode ficar menos atenta do que quando acaba de sair do banco.




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