Diante da fragilidade do adversário, a Seleção Brasileira fez o esperado. No primeiro jogo de 2005, o time de Carlos Alberto Parreira goleou nesta quarta-feira a inexpressiva seleção de Hong Kong por 7 a 1, em Hong Kong. Para se ter uma idéia da discrepância entre os dois times, o Brasil lidera o Ranking da Fifa, enquanto a equipe asiática ocupa apenas a posição de número 134.

O Seleção que entrou em campo era praticamente a mesma que disputa as Eliminatórias Sul-americanas para a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. No gol , Júlio César vestiu a camisa número ‘1’ (Dida, do Milan, é o titular absoluto de Parreira). No meio- campo, em virtude das contusões de Gilberto Silva (Arsenal) e Edmílson (Barcelona), o experiente Emerson (Juventus) ganhou uma nova oportunidade.

Já no ataque, a dupla foi formada por Ricardo Oliveira (Betis) e Robinho (Santos). Os dois, que jogaram juntos no Santos, ganharam a chance de sair jogando com os cortes de Ronaldo ‘Fenômeno’ (Real Madrid), Adriano (Inter) e Luís Fabiano (Porto).

Agora, o Brasil volta a campo no fim de março, quando enfrentará rodada dupla das Eliminatórias. Primeiro a Seleção recebe o Peru em Goiânia e depois viaja para Montevidéu, no Uruguai, para encarar a ‘Celeste’. O time de Parreira ocupa a segunda colocação com 20 pontos ganhos. A arqui-rival Argentina, com 22, lidera a corrida pelas vagas na Copa do Mundo.

Chuva de Gols – Os poucos torcedores que compareceram ao Hong Kong Stadium para prestigiar o espetáculo foram presenteados com uma chuva de gols. Com Robinho e Ronaldinho Gaúcho em campo, a Seleção Brasileira ganhou em velocidade e criatividade nas jogadas. Já a fragilidade da marcação adversária proporcionou ao técnico da Seleção liberar a descida dos laterais Roberto Carlos e Cafu.

Apesar da superioridade em campo e da pressão desde o primeiro toque na bola, o Brasil abriu o placar somente aos 20 minutos do primeiro tempo. Depois de uma arrancada da defesa, uma de suas principais características, Lúcio tocou para o Robinho e correu para a área. O atacante do Santos, com boa visão de jogo, cruzou na cabeça do zagueiro do Bayer de Munique.

Com a vantagem no placar, a Seleção se soltou em campo e, dez minutos depois, arrancou o segundo grito de gol da torcida. Após apanhar um rebote da defesa asiática, Roberto Carlos resolveu arriscar de fora da área. Ao contrário das outras tentativas, o lateral do ‘galáctico’ Real Madrid acertou a força, o efeito e a direção e conseguiu marcar o segundo gol da Seleção Brasileira no amistoso.

Quando parecia que os primeiros 45 minutos terminariam com um 2 a 0, Ricardo Oliveira resolveu deixar a sua primeira marca. Dentro da grande área, ele ‘dançou’ na frente do marcador e, com um toque de classe, colocou a redonda no canto direito do goleiro Fan Chun Yip.

No segundo tempo os gols continuaram saindo naturalmente. Aos três minutos, em uma jogada pelo meio, Ronaldinho Gaúcho tocou para Robinho e recebeu de volta com um belo toque de calcanhar. Na seqüência da jogada, o ‘Melhor Jogador do Mundo em 2004’ se livrou da marcação e, com um leve toque na bola, encobriu o goleiro adversário.

Com o controle do jogo e do placar, o Brasil não desacelerou e o quinto tento do amistoso não demorou a sair. Aos 11 minutos, Cafu desceu pela direita e cruzou rasteiro. O goleiro falhou e Ricardo Oliveira, de carrinho, empurrou para o fundo das redes e assinalou o seu segundo gol no jogo.

Relaxado com a vitória fácil, Parreira iniciou o período de testes. Ele sacou Ronaldinho Gaúcho, Roberto Carlos, Cafu, Juninho Pernambucano, Zé Roberto e Ricardo oliveira e promoveu as entradas, repectivamente, de Alex, Gilberto, Belletti, Elano, Renato e Júlio Baptista. Depois de alguns minutos, essa nova formação mostrou um leve entrosamento e os gols voltaram a acontecer.

Aos 32 minutos, Elano deixou Júlio Baptista na cara do gol. No entanto, na hora do arremate, o artilheiro do Sevilha (Espanha) esbarrou no goleiro. Porém, no rebote, o próprio Júlio Baptista cruzou na cabeça de Robinho, que marcou o seu primeiro gol com a camisa da Seleção Brasileira. Antes de deixar sua marca, Robinho já se destacava na partida como atleta mais acionado. Com muita movimentação, ele participava de praticamente todas as jogadas de ataque.

Dois minutos mais tarde, o Brasil encerrou a chuva de gols. Júlio Baptista entrou na grande área e foi empurrado pelo seu marcado. O árbitro Zhou Wei Xin, bem posicionado, marcou pênalti. Sem os grandes figurões, Alex colocou a bola na marca e bateu com categoria.

No entanto, aos 41 minutos, Hong Kong deu sinal de vida e fez a alegria da massa. Depois de um fuzuê na área de Júlio César, a redonda sobrou nos pés do pequenino Lee Ming, que livre dentro da pequena área, só teve o trabalho de tocar o fundo das redes.