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Câmara mauaense vai para a mão da oposição depois de 12 anos

Empurrado para fora da base, Admir se opõe a Alaíde; último presidente adversário foi Diniz

Por Junior Carvalho
Diário do Grande ABC
13/08/2018 | 07:00
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Divulgação/PMM


Após hiato de 12 anos, a Câmara de Mauá voltou a ser comandada por um opositor do Paço. O presidente da Casa ainda é o mesmo até dezembro: Admir Jacomussi (PRP). O que mudou, porém, foi que o afastamento do filho, o prefeito eleito Atila Jacomussi (PSB), em decorrência da prisão no âmbito da Operação Prato Feito,o empurrou para fora da base de sustentação. O parlamentar anunciou ao Diário que fará oposição ao governo interino de Alaíde Damo (MDB).

A última vez que um opositor do gabinete do prefeito sentou na cadeira mais importante do Legislativo foi em 2006. Naquele ano, o então vereador Diniz Lopes (filiado na ocasião no extinto PL, atualmente no PSB) era contrário ao governo – curiosamente, também contra uma administração do clã Damo, a de Leonel (2005-2008), marido de Alaíde.
Diniz Lopes começou aquela legislatura como aliado de Leonel, que ficou em segundo lugar no primeiro turno da conturbada eleição de 2004. O então parlamentar foi eleito presidente da Câmara com o apoio do ex-prefeito. Por conta do impasse jurídico envolvendo o resultado daquele pleito – vencedor do primeiro turno, Márcio Chaves (ex-PT, hoje PSD) teve a candidatura cassada pela Justiça Eleitoral –, Diniz assumiu interinamente o Executivo enquanto a disputa estava sub judice. No início, Leonel, inclusive, ajudou Diniz a montar o secretariado. A dupla rompeu logo em seguida, depois de o então prefeito interino nomear sua própria equipe no Paço.

De lá para cá, todos os presidentes da Câmara de Mauá estiveram alinhados com o governo, sendo a maioria até do mesmo partido. Alberto Betão Pereira Justino (morreu em 2017) encerrou o biênio 2007-2008 na base de Leonel; entre 2009 e 2012, Rogério Santana (então no PT, hoje na Rede) também era aliado da gestão, então sob comando de Oswaldo Dias (PT). No mandato de Donisete Braga (ex-PT, atual Pros), se revezaram na presidência do Legislativo os petistas Paulo Suares (2013-2014) e Marcelo Oliveira (2015-2016).

SEM RADICALISMO - Diferentemente de Diniz, porém, Admir ainda adota tom ameno de opositor e suas práticas se resumem a requerimentos indigestos ao governo. “Oposição não é sistemática. Defendo que haja oposição porque (Alaíde) não está fazendo nada, está acabando com a cidade. Eu vou ser oposição aqui dentro, mas oposição com critério, lógico. Sou um presidente de oposição, mas não radicalmente porque as coisas radicais não prestam”, explicou Admir. 




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