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Cai mortalidade infantil no Grande ABC
Por Camila Brunelli
Do Diário do Grande ABC
04/09/2010 | 07:04
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Indicadores divulgados ontem pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) registram o menor índice de mortalidade infantil da história do Estado. Em 2009, São Paulo teve 12,4 óbitos de crianças menores de 1 ano para cada 1.000 nascidas vivas, o que representa queda de 27% na última década. O Grande ABC acompanha a tendência estadual.

Ribeirão Pires é a exceção da região. A cidade foi a única a registrar aumento do índice nos últimos dez anos. Em 2009, eram 16 crianças mortas para cada 1.000 nascidas vivas. A taxa referente ao ano de 2000 era de 13,48.

São Caetano teve a queda mais acentuada da região no período: 39%. O município obteve a menor taxa de toda a região metropolitana em 2009 - 7,3 - e também a terceira menor do Estado.

De acordo com a assessora especial de Coordenação da Ação Social da Prefeitura de São Caetano, Regina Maura Zetone, o número já era esperado, mas a colocação no ranking surpreendeu. "Acredito que isso seja resultado de um esforço conjunto, mas ter 100% de esgoto tratado no município é um fator muito importante."

Além de saneamento, a cidade investe em cuidados com a gestante: o Progesta 12, por exemplo, adota o conceito de gravidez de 12 meses - as mães que planejam sua gravidez são beneficiadas três meses antes da previsão da concepção com ações como suporte nutricional, exames e recebimento de orientações e remédios.

As mulheres com gestação de alto risco têm carteirinha diferenciada e são atendidas no Caism (Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher). Depois do parto, as mães são conscientizadas da importância da amamentação e da proximidade corporal de seu bebê (Programa Mãe Canguru) e recebem atendimento de pediatra na residência antes da primeira visita agendada na rede pública por conta do Programa Bebê Cidadão.

De acordo com o secretário de Saúde de São Bernardo, Arthur Chioro, é fundamental que a região melhore a qualidade e a quantidade de exames pré-natal e das visitas de agentes comunitários, além da assistência ao parto e ao recém-nascido.

"O perfil de mortalidade no Grande ABC é muito sensível a duas políticas de Saúde:o cuidado com a gestante e qualidade do parto", avalia.

São Bernardo também alcançou queda nas taxas de mortalidade entre 2000 e 2009: 21,2%. "A taxa de mortalidade do município não se reflete só nos partos realizados pelo SUS. O número de cesáreas no setor privado é muito grande. Na rede pública, cerca de 30% dos partos são cesarianas, enquanto que na esfera privada essa porcentagem pode chegar a até 90%".

Segundo o secretário, cirurgias desnecessárias produzem quantidade muito grande de bebês prematuros, variável que está fortemente ligada à mortalidade neonatal. "Atualmente, 82% dos óbitos do município ocorrem nas primeiras 24 horas de vida", explica.


Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra preocupam
A única cidade da região que não conseguiu queda na taxa de mortalidade foi Ribeirão Pires. Procurado pela equipe do Diário, o secretário de Saúde e Higiene de Ribeirão Pires, Jorge Mitidiero não quis conceder entrevista.

Em nota enviada por e-mail, a Prefeitura informou que entre os trabalhos realizados pela secretaria "estão ações específicas para baixar os índices de mortalidade infantil no município, por meio de investigação nas causas de mortalidade, atualização constante de informações no banco de dados da secretaria, e promoção de campanhas de multivacinação direcionadas pelo Ministério da Saúde".

Ainda que acompanhe o ritmo de queda do estado de São Paulo, Rio Grande da Serra ainda apresenta a maior taxa de mortalidade da região metropolitana.

De cada 1.000 crianças nascidas vivas, são computados 21,2 óbitos antes de que elas completem 1 ano. Nenhum representante da Prefeitura foi localizado para comentar o índice.(Camila Brunelli)




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