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Emparsanco atrasa salários, 13º e FGTS

Principais clientes da construtora, que enfrenta recuperação judicial, são prefeituras da região

Flavia Kurotori
Especial para o Diário
19/12/2017 | 07:16
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Celso Luiz/DGABC


A Construtora Emparsanco, de São Bernardo, está há dois meses sem pagar salários e benefícios de pelo menos 40 funcionários. Segundo trabalhadores que procuraram o Diário, em alguns casos, o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) não é depositado há mais de dois anos, no ano passado apenas a primeira parcela do 13º salário foi paga, enquanto que, neste ano, nenhuma quantia do abono natalino foi depositada.

“Tenho colegas que estão passando por necessidades, mas, infelizmente, a empresa está assim há bastante tempo”, lamentou um funcionário que preferiu não se identificar. “Estamos sem nada mas, na Emparsanco, porém, sempre foi assim”, conta a mulher de um trabalhador, que também pediu sigilo.

Outra empregada questionou: “Como vamos passar o fim do ano sem dinheiro e com contas em atraso? É muito triste essa situação, que envolve tanto funcionários do operacional como do administrativo.”

De acordo com o Sintracom (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e Mobiliário) de São Bernardo e Diadema, na semana passada cerca de 300 funcionários estavam sem receber os salários e, ontem, 40 ainda não tinham os valores devidos creditados em conta.

Procurada, a construtora reconheceu os atrasos e afirmou que “está procurando atender e solucionar todos os contratempos da melhor forma possível”.

CENÁRIO - A Emparsanco, que está há cerca de quatro anos em processo de recuperação judicial, tem como principais clientes prefeituras do Grande ABC. Conforme o presidente do Sintracom, Admilson Oliveira, a empresa alega que está aguardando repasses das prefeituras de São Caetano, Santo André e Diadema para remunerar os funcionários, e que apenas São Bernardo está com os pagamentos em dia.

“Quando a construtora trabalha em obras públicas, ela deve ter um caixa de segurança porque, na maioria das vezes, esse repasse demora para ser feito. Mas, como a empresa está em recuperação, ela não tem esse valor para manter-se e, com a crise, as prefeituras demoram ainda mais para pagá-la”, explicou o sindicalista. Em relação ao depósito do FGTS, Oliveira afirmou que a entidade já fez denúncia ao MTE (Ministério do Trabalho e Emprego).

O OUTRO LADO - Questionada, a Prefeitura de São Caetano disse, por meio da Seohab (Secretaria de Obras e Habitação), que a Emparsanco realiza os serviços acordados com verba própria e, no fim do mês, recebe pelos serviços prestados, conforme previsto no contrato. “O que tem acontecido é que os serviços não estão sendo realizados por completo, portanto, o pagamento é proporcional aos serviços realizados. A empresa citada, inclusive, foi notificada pela Prefeitura sobre os atrasos nos serviços prestados e contratados.”

O Paço de São Bernardo reiterou que está com os pagamentos em dia com a Emparsanco e que “não cabe à administração responder sobre os pagamentos dos funcionários diretos da empresa”.

A Prefeitura de Santo André disse que não possui contrato com a empresa citada e também não possui débitos com a mesma. O Paço de Diadema não respondeu até o fechamento desta edição.

(Colaborou Soraia Abreu Pedrozo)
 




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