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Maratona de barreiras

Em todo o Grande ABC o que se vê é que o trânsito das cidades só é pensado para os veículos e seus motoristas!

Cristina Baddini
29/05/2009 | 00:00
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Em todo o Grande ABC o que se vê é que o trânsito das cidades só é pensado para os veículos e seus motoristas! O pedestre, no entanto, tem muitas dificuldades para atravessar as vias, pois na maioria dos casos não lhe é oferecido nem a faixa de segurança nem o tempo dos semáforos. Observa-se que, invariavelmente, os grandes investimentos destinam-se exclusivamente a melhorar o fluxo de veículos e nenhum, ou quase nenhum, investimento objetiva beneficiar pedestres. De acordo com dados do Hospital das Clínicas, 12% dos pacientes que procuram unidade de ortopedia da instituição sofreram acidentes caminhando.

Calçadas

Caminhar pela região pode representar uma grande aventura. O número de pedestres reafirma a necessidade de investimentos pelas sete prefeituras do Grande ABC. Trinta e quatro por cento das viagens diárias são feitas a pé. E a conta pode ser ainda maior se considerarmos que a parcela da população que utiliza meios de transporte motorizados para trabalhar ou passear faz uma parte do percurso a pé. Apesar dos números citados, os governantes realmente não dão atenção a esses deslocamentos.

Dificuldades

Andar de salto alto é tarefa desumana. Cadeirantes não conseguem se locomover sozinhos e muitos são obrigados a permanecer em suas casas, impossibilitados de enfrentar tantos desníveis, depressões e falhas. As obstruções dos caminhos dos pedestres, especialmente dos idosos e deficientes visuais, podem provocar ferimentos graves. Além disso, cada morador faz a calçada a seu bel prazer. São montadas verdadeiras pistas de corrida de obstáculos nas cidades. Sabe-se que o passeio ou calçada é de responsabilidade do dono do terreno ou da propriedade, e que a responsabilidade pela regulamentação e fiscalização desse espaço utilizado pelos pedestres é sempre de um órgão municipal, mas nunca do mesmo órgão que cuida do trânsito. Isso não é bom! O que se observa é que muitos moradores fazem degraus e rampas diferenciadas para as garagens.Para agravar a situação, o próprio poder público instala equipamentos urbanos, como lixeiras, postes, árvores e permite a instalação de bancas de jornal nas calçadas de maneira indiscriminada.

Bancas

Já vi banca de livros usados. Uma banca sebo! Seria até exótico, se não fosse um monumento grotesco plantado no meio das calçadas. Para vender doces, refrigerantes, sorvete, qualquer coisa que possa ser comercializada na rua as bancas aumentam de tamanho. E com tudo isso, o pedestre acaba sendo expulso da calçada como se ele fosse o intruso. Liberem as calçadas para os pedestres andarem!

Faixa de pedestres

Em Brasília, felizmente, observa-se que o motorista sempre para na faixa para o pedestre. Isso é sagrado. Quando algum motorista só vê o pedestre quando está muito próximo da faixa, ele é capaz de frear como se estivesse ameaçado por algum radar. Já o motorista que por qualquer razão não vê o pedestre ou não consegue parar, faz gestos pedindo desculpas ao pedestre. Isso é tudo de bom! O cenário almejado de uma população educada, e convivendo de forma civilizada no espaço público, somente se realizará após profundas mudanças em nosso próprio comportamento.

Vamos preservar a segurança das pessoas e dar valor à vida.




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