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Após ataque, vizinhos adotam lei do silêncio

Temendo represálias, população se cala depois de incêndio em dois ônibus de Diadema

Matheus Angioleto
Especial para o Diário
17/02/2017 | 07:00
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André Henriques/DGABC


 Um dia após ataque a dois ônibus municipais em Diadema, em protesto à prisão de um morador da favela da Coca, durante a realização da Operação Força Metropolitana Regional, na quarta-feira, moradores da Vila Nova Conquista adotaram ontem a lei do silêncio sobre o assunto.

Em visita ao local, na manhã de ontem, a equipe do Diário observou o clima de receio por parte de comerciantes do bairro. Questionados a respeito do cenário do protesto, moradores optaram por se esquivar do assunto. Alguns dos vizinhos chegaram a afirmar desconhecer a ação, mesmo tendo em frente de suas residências os sinais do terror registrado na noite anterior.

Durante a presença da equipe no local, três indivíduos se comunicavam por meio de rádio e olhavam atentamente cada passo da equipe do Diário.

A ação, que ocorreu por volta das 20h de quarta-feira, gerou tensão em todo o bairro. Quem precisava chegar à Avenida Presidente Juscelino foi obrigado a descer em ponto de ônibus próximo a uma churrascaria e andar por cerca de um quilômetro durante o protesto.

Segundo o boletim de ocorrência) registrado no 3º DP (Jardim Canhema), os coletivos da Linha 24P (Vila Nova Conquista) foram abordados por indivíduos exaltados, que pediram a saída dos motoristas. Galões com líquidos inflamáveis foram utilizados para a destruição dos ônibus.

Além dos dois veículos, uma farmácia teve sua estrutura parcialmente destruída. Segundo o boletim de ocorrência, quantia de R$ 380 em espécie foi perdida no interior de um dos coletivos, enquanto no outro, foram R$ 200.

O coronel Marcelo Cortez Ramos de Paula, comandante da PM no Grande ABC, afirmou ontem que a reação mostra que a ação da polícia está no caminho certo. “Envolvemos diversos efetivos e incomodamos os criminosos da região”, aponta, ressaltando que outras ações serão promovidas em breve.

Apesar de não responder à equipe do Diário, o prefeito Lauro Michels (PV) se pronunciou em sua página do Facebook. “Lamentável ver a maldade, a falta de consciência desses seres humanos que sequer pensam nos pais e mães de família que são prejudicados com esse crime”, escreveu o chefe do Executivo.

Durante a operação, 32 veículos foram autuados e dois indivíduos, presos em flagrante.




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