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Queixa contra mercado quintuplica
Por Verônica Fraidenraich
Do Diário do Grande ABC
14/01/2006 | 08:10
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Alimentos armazenados em temperaturas inadequadas têm sido a principal irregularidade encontrada pela Vigilância Sanitária de Santo André nos supermercados da cidade. As reclamações quintuplicaram, segundo Sônia Oliveira Barbosa, gerente do setor. "A média, que era de duas queixas por semana, passou para dez nas últimas semanas".

O aumento das queixas tem ocorrido, segundo o órgão, por causa do tempo quente e da publicação de matéria no Diário, na última terça-feira, sobre a prisão de três gerentes do Wal-Mart da avenida dos Estados. Na loja, a Vigilância encontrou e apreendeu 1.080 alimentos em condições impróprias. A rede de hipermercados afirmou que o episódio era um fato isolado. Os gerentes foram soltos após pagamento de fiança, mas acabaram indiciados por crime contra a relação de consumo.

Por conta desse aumento de reclamações, sexta pela manhã, a Vigilância Sanitária promoveu uma reunião com representantes dos supermercados da cidade para falar dos problemas encontrados nos estabelecimentos e explicar como atua a Vigilância na fiscalização. "Foi tanto produto inutilizado no Wal-Mart que decidimos chamar os supermercados em geral para colocá-los a par do que estava acontecendo", afirmou a agente de saúde Sandra Azevedo.

Dos 65 estabelecimentos de Santo André convocados, menos de dez não compareceram. Sônia Barbosa disse não poder precisar esse número porque alguns presentes não identificaram de quais empresa eram. "Os que não vieram serão os primeiros a visitarmos e espero que estejam cumprindo todas as normas", afirma Sônia.

José Luis Barros, gerente do supermercado Hissatugu, em Camilópolis, disse conhecer as normas expostas na reunião e reclamou da Vigilância ser supostamente pouco flexível nas visitas. "Às vezes eles não querem saber se está na hora do degelo (dos equipamentos) e acabam nos autuando". A agente de saúde Sandra Azevedo explica que, mesmo nessa circunstância, um produto amolecido significa que não estava sendo mantido na temperatura ideal.

Nilson Hashizumi, gerente de Segurança Alimentar Nacional do Grupo Pão de Açúcar, Extra e Comprebem reclamou que os equipamentos que abrigam os congelados deixam a desejar. "O equipamento alcança a temperatura desejada mas consome muita energia e exige manutenção intensiva". Hashizumi diz não ter conhecimento de reclamações nas unidades do grupo recentemente. "Muita vezes, o problema se resolve dentro da própria loja".

Quem encontrar irregularidades nos supermercados pode entrar em contato com o setor designado pela Prefeitura para registrar as queixas. Os casos mais graves exigem uma vistoria ao estabelecimento. Se constatada a infração, a empresa pode ter inutilizados os produtos irregulares e ser interditado. A loja também está sujeita à multa entre 500 FMP a 92 mil FMP (Fator Monetário Padrão).



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