Foto estampada na capa da edição do Diário de terça-feira traz bebê chorando copiosamente ao receber a segunda dose da vacina contra a gripe. A expressão de Maria Clara Alves da Silva, de 1 ano e 9 meses, moradora do Jardim Utinga, em Santo André, é a fiel representação do pavor que as crianças – e muitos adultos – têm de injeção e, por essa razão, fogem da agulha. “Ela tem a personalidade forte, quando não quer uma coisa, ninguém segura”, fala a mãe, Kerolin Aparecida Alves da Silva, 26.

Maria Clara não teve escapatória, já que pertence ao grupo prioritário da campanha de vacinação (crianças entre 6 meses até 5 anos). “Todas as vacinas que ela tomou até hoje foram aplicadas no mesmo posto, então, ao chegar, ela reconhece e sabe o que está por vir”, conta o pai, Oscar Edson Alves da Silva, 35.

A menina raramente fica resfriada, mas prevenir é melhor que remediar. No entanto, a tarefa não foi simples. A grande procura pela vacina diante dos casos de gripe H1N1, que na região já causou a morte de 22 pessoas, fez com que as imunizações desaparecessem rapidamente dos estoques das UBSs (Unidades Básicas de Saúde). Maria Clara deveria ter tomado a segunda dose no dia 15, mas devido à falta, só conseguiu oito dias depois. “Falaram que na segunda-feira a vacina chegaria pela manhã e seria liberada à tarde. Fomos no mesmo dia para não correr o risco de ficar sem. Faltou planejamento, pois apesar de terem meta de vacinação para bater, precisa atender toda a população do grupo prioritário”, fala Kerolin.

Na hora da vacina e do choro desesperado de um filho, os pais também sofrem. “A gente fica querendo sentir a dor no lugar dela”, diz a mãe. Mas o sofrimento foi apenas momentâneo e, logo em seguida, as lágrimas deram lugar ao sorriso, o que realmente sempre deve estar estampado na face de uma criança. E, para isso, saúde é fundamental.