“Só saio daqui quando resolverem a minha situação ou morrer”, disse Pastor, referindo-se a sua mulher Ivone Aurora da Conceição, demitida do Hospital Nardini na terça-feira. Ele afirmou que a exoneração se trata de perseguição política, já que não apóia a chapa governista, encabeçada pelo secretário de governo, José Luiz Cassimiro.
“Não é justo, disseram que não perseguiriam ninguém, porém a retaliação já começou, primeiro com o companheiro Marcos Palácio (ex-assessor de imprensa da Sama) e agora com a minha esposa. Isso sem contar nos remanejamentos que fizeram para controlar os passos dos companheiros. Isso tem de ser apurado e não pode acontecer, pois o estatuto do partido nos garante a liberdade de expressão. O direito de sermos candidatos não pode ser retaliado dentro de um governo que se diz democrático e popular.”
O militante, que faz parte da chapa liderada por Osvaldo Vaccari, disse que é a primeira vez que é perseguido desde sua filiação ao partido, em 1988. “Estou desempregado desde 1997 e nunca trabalhei no governo. E minha esposa só trabalhava na administração porque o vereador Wagner Rubinelli me ofereceu a vaga, por eu ter trabalhado para ele na eleição.”
Ainda segundo Pastor, o deputado estadual Donisete Braga (PT-Mauá) disse na última reunião do partido que se alguém quiser disputar uma chapa de oposição ao campo majoritário, deve primeiro deixar o cargo na Prefeitura.
Donisete desmentiu a acusação e disse que não existe perseguição interna. “Temos de colocar na cabeça que partido e governo são coisas distintas. O Oswaldo (Dias, prefeito) tem de governar para todos, não só para petistas”, afirmou o deputado.
Palácio, que foi o primeiro militante a ser exonerado, também acredita em perseguição. “Alegaram que a demissão era uma reforma administrativa, mas ao mesmo tempo em que me demitiram, contrataram outra pessoa. É, no mínimo, suspeito, pois começamos a ter problemas desde o início da chapa.”
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