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ONU defende maior participaçao brasileira nas forças de paz
Do Diário do Grande ABC
19/08/2000 | 15:03
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O embaixador dos Estados Unidos na Organizaçao das Naçoes Unidas (ONU), Richard Holbrooke, defendeu neste sábado maior participaçao do Brasil nas forças internacionais de paz. Indiretamente sugeriu que se o governo brasileiro optasse pela medida poderia reforçar seu pleito de integrar um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.

"O Brasil deve pensar em aumentar sua participaçao nas forças de paz", comentou ele, depois de ter conversado com o ministro da Defesa, Geraldo Quintao, na manha de sábado. Nesta sexta, esteve com o presidente Fernando Henrique Cardoso e os ministros da Fazenda, Pedro Malan, e de Relaçoes Exteriores, Luiz Felipe Lampreia.

Para o diplomata norte-americano (cotado para substituir a secretária de Estado, Madeleine Albright, caso o democrata Albert Gore vença as eleiçoes presidenciais), a falta de apoio internacional às forças de paz provocou desastres, como os problemas ocorridos durante as missoes na Somália, em Angola e na Bósnia. Também afirmou que o Brasil deveria rever a posiçao assumida diante do Timor, ao enviar apenas 51 homens numa primeira etapa, mais o mesmo número numa segunda fase.

A maior participaçao de militares brasileiros em forças de paz ocorreu em Angola, quando 1.100 homens foram enviados, depois Moçambique e Timor. Observadores militares foram enviados a Kosovo, à Sérvia e Bósnia, fronteira do Equador e Peru e à Guatemala.

No entanto, a opiniao de Holbrooke esbarra em resistências dentro do governo brasileiro que alega nao dispor de dinheiro para sustentar batalhoes em outros países. Mas o principal argumento é que as discussoes referentes à ampliaçao do Conselho de Segurança de cinco para oito o número de membros permanentes está fora dos temas principais. Nos bastidores, Fernando Henrique e seus principais assessores afirmam que vao esperar a retomada do debate para reavaliarem a posiçao brasileira. Até lá, a idéia é evitar gastos, enviando apenas observadores militares, no lugar de tropas ou companhias de militares ao exterior.

Depois de pouco mais de 24 horas no Brasil, Holbrooke destacou que a preocupaçao em relaçao ao conselho e à reformulaçao do sistema financeiro da Organizaçao das Naçoes Unidas sao constantes. Segundo ele, os dois assuntos refletem as mudanças globais do momento. No caso do sistema financeiro, o governo dos Estados Unidos defendem nova alteraçao referente ao percentual obrigatório para o pagamento de despesas regulares da ONU. A queixa norte-americana é que só os Estados Unidos têm de pagar 24% no total. "Qualquer reforma no Conselho de Segurança afeta o Brasil", disse ele. "Em dez ou 20 anos, o Brasil ocupará um importante lugar nas Naçoes Unidas."




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