A publicação cita uma carta que teria sido enviada pela ministra de Relações Exteriores, Ana Palácio. No documento, ela pediria que os embaixadores ajudassem “a dissipar qualquer tipo de dúvida que certas partes interessadas possam fazer surgir”.

Na carta, a ministra informara aos diplomatas que o ministro do Interior, Ángel Acebes, havia confirmado a autoria do ETA. “Isto é confirmado pelo explosivo e o patrão utilizados nos mesmos, que é hábito do ETA, assim como por outras informações que ainda não foram tornadas públicas por motivos óbvios”, diz outro trecho do documento.

Na quinta-feira, o governo se apressou em responsabilizar o ETA pelo atentado, que provocou 199 mortos e quase 1,5 mil feridos. Porém, não foram descartadas outras hipóteses, como a possível participação de um grupo ligado à Al Qaeda, de Osama Bin Laden.

A identificação dos responsáveis pelo ataque é considerada crucial para as eleições de domingo. Caso seja confirmada a participação do ETA, o fato seria favorável ao governista Partido Popular devido a sua postura firme contra o grupo separatista. No entanto, se houver envolvimento confirmado da rede Al Qaeda ou outro grupo extremista islâmico, os atentados poderiam ser vistos como o preço pago pelo presidente do governo, José María Aznar, à guerra liderada pelos Estados Unidos no Iraque.