Setecidades Titulo
Banca de jornal cresce junto com S.Bernardo
Por Illenia Negrin
Do Diário do Grande ABC
20/08/2005 | 07:30
Compartilhar notícia


Quando Antonio Ribeiro, 68 anos, inaugurou sua banca de jornais e revistas na avenida Álvaro Guimarães, o bairro Planalto "era só barranco e tinha uma casinha ou outra, com galinheiro nos fundos", conta. Era 20 de agosto de 1968, dia em que São Bernardo completava 414 anos. Neste sábado, a cidade completa 452 e o comércio, 37. A Revistaria Ribeiro, que é uma das mais antigas do município ainda em atividade, já é quase uma jovem senhora. Por ela, já passaram três gerações da mesma família, que se dedicou a vender notícia de todo tipo. "Nossa banca e a cidade cresceram juntas."

Antonio, conhecido como Toninho, resolveu se arriscar na venda de jornais e revistas quando o ramo era pouco explorado. Ele calcula que, na época, existiam pouco mais de 10 bancas como a dele. "Hoje, são umas 350. Tem uma em cada esquina." Sequer existiam as distribuidoras, e os jornaleiros tinham de buscar mercadoria na madrugada, direto nas gráficas. Pegavam o jornal ainda "quente".

Nos anos 60, eram poucas as publicações. As mais vendidas, O Cruzeiro e Manchete, se esgotavam rapidamente das prateleiras. As histórias do Tio Patinhas também saíam aos montes. Hoje, Antonio já perdeu a conta da quantidade de títulos disponíveis. "É coisa que não acaba mais. Tanta que dá até preguiça de ler."

Antes da "aventura" pelo mundo das notícias, Antonio já havia investido em lanchonete e material para construção. Depois foi trabalhar como metalúrgico da Volkswagen quando decidiu abrir a revistaria. O pai, seu Augusto, já falecido, precisava trabalhar. "Ele só parou de trabalhar aqui, pouco antes de morrer. Isso faz uns 13 anos." Como viu que o negócio prosperava, inaugurou mais duas bancas, na mesma rua, e abandonou a montadora. Uma é tocada pelo filho e a outra, pela esposa.

O jornaleiro das antigas reclama que uma facilidade dos tempos modernos sucateou o comércio: as assinaturas. Está cada vez mais difícil vender notícia na rua. Apesar do tempo de vacas magras, Antonio ainda mantém a mesma dedicação há quase 40 anos. Ele garante que nunca passou um só dia sem abrir a banca. "Natal, Carnaval, Ano Novo, não importa. Sempre abrimos." Antonio não só levanta as portas como o faz bem cedo: às 5h, mesmo horário da padaria que fica em frente à banca. "A notícia não pode esperar", ensina.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;