Política Titulo São Bernardo
Cleuza Repulho vira ré em mais um processo

Também é réu nesta ação Sérgio
Moreira, funcionário braço-direito de Cleuza

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
27/12/2015 | 07:43
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Denis Maciel/DGABC:


Ex-secretária de Educação de São Bernardo, Cleuza Repulho (PT) virou ré em mais uma ação proposta pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) ABC – órgão do Ministério Público –, desta vez pela compra de brinquedos à rede municipal de ensino. O juiz Leonardo Fernando de Souza Almeida, da 5ª Vara Criminal de São Bernardo, aceitou denúncia do Gaeco ABC, apontando superfaturamento na aquisição de produtos educativos aos alunos.

Em junho de 2014, o Diário mostrou que promotores investigavam denúncia de sobrepreço em brinquedos. A Prefeitura de São Bernardo havia pago quase três vezes mais por item em comparação com aquisição do mesmo produto feita pela administração da estância turística de Salto, no interior de São Paulo. Enquanto o Paço de Salto pagou R$ 84,84 pelo Sacolão Plugado Ideias com 1.000 peças da marca Brink Mobil em 2011, o governo do prefeito Luiz Marinho (PT) despendera R$ 232,77 pelo mesmo item – valor 174,36% maior.

À ocasião, investigadores suspeitavam que a licitação para compra de brinquedos havia sido fraudada nos mesmos moldes do edital para aquisição de mochila e tênis escolares nos anos de 2010 e 2011. Esse processo licitatório já resultou em ação civil pública proposta pelo Gaeco ABC e aceita em abril de 2014 pela Justiça. O caso segue em tramitação, sob análise do juiz André Gustavo Furlan Cividanes, da 2ª Vara Criminal.

O Gaeco ABC baseou-se em três pontos para indicar possível superfaturamento na compra de brinquedos pela Prefeitura de São Bernardo. O primeiro é que o Sacolão Plugado Ideias da marca Brink Mobil, a despeito da grande diferença de valores praticados, foi fornecido pelo mesmo grupo de empresários às administrações de São Bernardo e de Salto.

O segundo é que, apesar de pagar 176,36% a mais, a gestão Marinho adquiriu 760 unidades do produto (depositando ao total R$ 176,9 mil), enquanto o então prefeito de Salto, Geraldo Garcia (PDT), pegou somente dois brinquedos (R$ 169,68 ao todo). Pela lógica de mercado, preços tendem a cair quando o lote de itens é maior. O terceiro ponto abrange que o rol de empresas é o mesmo que, segundo o MP, burlou a licitação para aquisição de tênis e mochilas.

Também é réu nesta ação Sérgio Moreira, funcionário braço-direito de Cleuza na Secretaria de Educação. No processo sobre compra de mochilas e tênis, Moreira foi apontado pelo MP como ponte entre o setor público e o grupo de empresários que fraudou contratos.

O último andamento do caso é do dia 6 de novembro, já sob tutela da juíza Daniela de Carvalho Duarte, que assumiu a 5ª Vara Criminal de São Bernardo. Ela concedeu prazo a Cleuza e Sérgio Moreira, como ex-funcionários públicos, para apresentação de defesa prévia sobre a acusação.

Cleuza foi demitida da Secretaria de Educação em junho e substituída pelo vereador Paulo Dias (PT). A queda aconteceu pelos escândalos na Pasta e pelo malsucedido plano de redução da merenda à rede pública. O Diário não localizou Cleuza para comentar sobre o caso. 




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