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Haider deixa a Itália criticando líderes italianos e imigrantes
Por Das Agências
17/12/2000 | 17:25
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O político ultradireitista austríaco Joerg Haider, ao finalizar neste domingo sua visita à Itália para uma polêmica audiência com o papa Joao Paulo II, declarou que os líderes italianos sao "fracos" e os imigrantes "indesejáveis". " Digo o que penso: todos têm o direito a uma existência digna, mas em seu próprio país", assinalou o político austríaco, segundo uma entrevista publicada neste domingo pelo matutino romano La Repubblica. "Há um número cada vez maior de pessoas pensando como eu", sentenciou.

O governo centro-esquerdista da Itália deixou claro seu desagrado com a visita. "A presenca de Haider em nosso país nao é desejável", indicou neste domingo Luciano Violante, presidente da Câmara de Deputados, que fustigou a "conduta grosseira, descortês" de Haider em seus embates verbais com líderes italianos antes e durante sua viagem.

Haider saiu de seu hotel perto de Sao Pedro por volta de meio-dia, depois de comparecer a uma missa numa igreja freqüentada pela comunidade católica de língua germânica de Roma. O político foi a Roma liderando uma comitiva austríaca de 250 membros que entregou neste sábado ao Papa uma árvore de Natal para a Praça de Sao Pedro.

Dizendo que ele e sua comitiva viajavam a Roma como "anjos da paz ", Haider ignorou as críticas deflagradas por sua visita. Grupos judeus internacionais e italianos, bem como partidos de esquerda e outros políticos de outros grupos criticaram o pontífice por conceder uma audiência a Haider. Haider, governador da província de Carintia, no Sul da Austria, escolhida este ano para doar a árvore, foi amplamente criticado por suas declaraçoes contra os imigrantes e sua simpatia por alguns aspectos do regime nazista.

Parte das milhares de pessoas que participaram de uma manifestaçao de protesto contra a audiência do papa neste sábado tentaram interromper a cerimônia na qual foi acesa a árvore na praça de Sao Pedro. Os manifestantes entraram em choque com a polícia, que disparou bombas de gás lacrimogêneo. Pelo menos 30 pessoas ficaram feridas.

Na entrevista ao La Repubblica, Heider reiterou suas críticas ao presidente Carlo Azeglio Ciampi e ao primeiro-ministro Giuliano Amato, que ele considerou fracos e temerosos de um confronto com ele. Amato prometeu apresentar um protesto formal ao governo austríaco, qualificando a crítica de Haider ao presidente como "inaceitável".




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