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Deputados de verão
usam R$ 9.644 da cota
Gustavo Pinchiaro
Havolene Valinhos
27/01/2011 | 07:10
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Juntos, Raimundo Salles (DEM-Santo André) e Edinho Montemor (PPS-São Bernardo), que cumprem mandato-tampão de deputado federal em pleno recesso, registraram gastos de R$ 9.644 da cota de funcionamento de R$ 27,7 mil a que eleitos por São Paulo têm direito.

Salles foi o que mais gastou, chegando a R$ 9.081. A grande fatia dos pagamentos foi a Fernando Ignácio Vieira, pessoa jurídica: R$ 8.400. Segundo o balancete do portal da transparência da Câmara Federal, Vieira prestou serviços de consultoria, pesquisas e trabalhos técnicos. Vieira é intitulado por integrantes do gabinete do deputado como o "assessor" responsável por assuntos com a imprensa. O mesmo nega a função, mas diz que é prestador de serviços técnicos.

Um restaurante tradicional, situado no bairro Jardim em Santo André, também entrou na lista de débitos financiados pela Câmara. Segundo o deputado tampão, "uma autoridade da Justiça Federal" o encontrou com propósito oficial e ele se sentiu na obrigação de pagar o almoço na posição de parlamentar. "Mas as refeições em Brasília são pagas do meu bolso."

O democrata ainda gastou R$ 408 com postagens de correios. "Os selos tive de comprar do meu bolso." E R$ 100 com combustível. Salles foi empossado dia 14, com prazo de duração até o fim do mês, ao todo 17 dias. Além da cota paulista, ele terá direito a salário proporcional do total de R$ 16.512 mensais, que chegam a R$ 9.350, R$ 60 mil para contratar até 25 assessores e até R$ 3.000 de auxílio-moradia.

"Não quero o salário, vou doar a uma entidade de caridade", prometeu. Sobre o auxílio-moradia, disse que não utilizou a verba, mas que financiou até o momento R$ 3.500 com hotel de verba particular. O deputado considerou os questionamentos do Diário "tolos", alegando que a questão financeira não tem importância se o "trabalho feito pela cidade" for levado em conta.

Em contrapartida, Edinho Montemor (PPS- São Bernardo), que também cumpre mandato-tampão registrou gastos de R$ 563. "Consegui produzir bastante gastando pouco. Vou a Brasília uma vez por semana", disse. Ele deve receber salário de R$ 13.760, por 25 dias de trabalho.

Entre os 41 deputados federais de verão empossados também alcançam o patamar de gastos de Salles: R. Sá Filho (PSDB-PI) - R$ 18,2 mil; Íris Simões (PR-PR) - R$ 13.256 e Daniel Fontana (PT-RS) - R$ 16 mil. 

Marquinho Tortorello afirma que não checou despesas

O efeito causado pelos novos governos em retirar parlamentares para compor o primeiro escalão também chegou na Assembleia Legislativa. Empossado deputado estadual no dia 6 com encerramento no dia 15 de março, Marquinho Tortorello (PPS-São Caetano) disse que ainda não avaliou os gastos de seu gabinete, mas promete gastar apenas com correspondências e transporte.

O popular socialista prometeu não trocar os funcionários empregados no gabinete de seu antecessor, Davi Zaia (PPS-São Paulo). "Não tenho tempo para mexer, são só três meses. Vou focar no trabalho e nos projetos que quero apresentar", explicou.

Outro nome do Grande ABC que deve assumir mandato-tampão é Diniz Lopes (PR-Mauá). O republicano deixará o cargo de superintendente do Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) para assumir cadeira na Assembleia Legislativa. (GP/HV)




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