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Nem tudo é luxo no centro do poder
Beto Silva
Enviado especial a Brasília
29/12/2010 | 07:10
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Brasília, centro do poder público brasileiro. Esplanada dos Ministérios, funcionários de alto escalão, ternos impecáveis, altos salários, carros de luxo. Hora do almoço. Restaurantes sofisticados aguardam os servidores comissionados do outro lado da cidade. Mas e os trabalhadores mais humildes, que fazem a máquina pública funcionar, tanto quanto os indicados aos cargos privilegiados? Para eles, lá está dona Evangelina Rodrigues servindo marmitas acondicionadas num isopor sobre uma mesinha.

Há 18 anos, a comerciante acorda cedo para fazer a comida que alimentará os funcionários dos ministérios. Arroz, feijão, salada, farofa e mistura (bife bovino, filé de frango, carne de sol ou de porco) é o cardápio vendido a R$ 5. São consumidas de 25 a 30 refeições diariamente no ponto de dona Evangelina.

"É para o pessoal mais humilde mesmo. Mas é feito com carinho", relata a aposentada, que já pensa em parar também com o comércio informal que mantém em frente ao Ministério da Saúde, a 200 metros do Congresso Nacional.

Os restaurantes finos estão a quilômetros de distância, mas a correria de trabalho, que algumas vezes pega os escalões superiores do governo ou do Legislativo Federal, faz com que essa parcela mais requintada dos trabalhadores de Brasília também procure a comida de dona Evangelina. "De vez em quando algum figurão passa por aqui. O certo é que eles também precisam da gente", ressalta a comerciante baiana, que mora no Distrito Federal há 40 anos e é mãe de dez filhos.

 




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