Daniel de Oliveira Gomes, 20 anos, sempre foi dedicado aos estudos. Nascido em São Bernardo, mas criado em Diadema, cidade onde vive até hoje, Gomes é o único representante do Grande ABC na WorldSkills Competition, o maior torneio de formação profissional do mundo, que neste ano será realizado no Anhembi, na Capital, com 1.200 jovens de 63 países.

Ele concorre na modalidade de calderaria no evento, que acontece entre os dias 11 e 16 de agosto. Caso seja o vencedor, ganha uma bolsa de estudos integral em curso de Ensino Superior.

Gomes é estudante do Senai desde 2010, quando iniciou técnico na área de calderaria. Ele afirmou que começou a estudar cedo porque não gostava da ideia de passar a adolescência sem fazer nada de produtivo. “Eu me apaixonei. Quando vi as peças, que são transformadas de uma chapa lisa em um trabalho totalmente artesanal, não consegui pensar em outra coisa. Meu avô era serralheiro e, quando comecei a fazer isso, veio uma sensação de identificação”, disse.

Ele iniciou o curso de Engenharia Mecânica em 2013, por meio de bolsa do ProUni (Programa Universidade Para Todos). Mas resolveu largar tudo quando ficou sabendo do prêmio. Há um ano, a única coisa que o jovem faz é se preparar para esse momento. “Tive que abrir mão de algumas coisas que gosto muito, como jogar bola, andar de skate e moto. É um investimento muito alto e eu não posso correr o risco de me machucar bem agora. Tranquei a faculdade para me dedicar totalmente e depois que fui aprovado na etapa nacional, não me arrependo”, afirmou.

A rotina de Gomes não é fácil. Ele treina todos os dias, das 7h às 22h, praticamente sem descanso, contando com a ajuda de profissionais.

Na prova, ele precisará reproduzir em uma chapa de aço um objeto que estará no papel. O candidato que conseguir as medidas mais aproximadas será o vencedor do concurso. O treino consiste em reproduzir várias vezes o que já foi pedido nas edições anteriores da prova.

“Uma chapa é uma folha de sulfite com uma possibilidade infinita. Já aconteceu de pedirem objetos artísticos, como a ponte de Londres e a Torre Eiffel, figuras que já reproduzi. A gente pode fazer o que quiser na chapa”, contou.

Atualmente, ele mora sozinho com o irmão mais velho, que tem 25 anos. Os pais são separados. Ele tem outra irmã de 25 anos que mora sozinha e um irmão de 19, que vive com o pai. No momento dos preparativos finais, ele encontra paz junto à família. “Recentemente minha mãe se casou de novo e mudou. Ela é o meu porto seguro e me liga toda hora para saber como estou.”

Mesmo feliz com o que já conquistou, Gomes é sonhador e, se ganhar a bolsa, já se decidiu pelo Instituto Mauá de Tecnologia, mas ainda não sabe qual curso escolherá. O mais importante para ele é o reconhecimento à sua cidade de coração.

“É uma responsabilidade muito grande levar o nome de Diadema, da nossa escola, para um lugar onde há competidores de todo o mundo. Ao mesmo tempo, é uma satisfação muito grande. Quero mostrar que Diadema é um lugar lindo, onde amo morar e que tem muita gente boa.”