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Al-Zawahiri prevê os EUA negociando com radicais e critica Hamas
Da AFP
20/12/2006 | 17:32
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O número dois da rede terrorista al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, previu que os Estados Unidos serão forçados a negociar no Iraque e no Afeganistão com os grupos extremistas islâmicos, em um vídeo divulgado nesta quarta-feira pela rede al-Jazeera.

Neste vídeo, o braço direito de Osama bin Laden também se voltou contra a organização de eleições nos territórios palestinos e contra a atitude do movimento islâmico Hamas de ter reconhecido a autoridade do presidente palestino Mahmud Abbas.

"Parece que vocês entrarão em uma etapa dolorosa de negociações, devido ao fracasso que está por vir, forçados a negociações com as verdadeiras forças" no Iraque e no Afeganistão, declarou Zawahiri, em referência aos grupos islâmicos radicais que combatem as tropas americanas nestes dois países.

Estas forças da rebelião são dominadas no Iraque pelo braço local da al-Qaeda e no Afeganistão pelos talibãs, aliados da rede terrorista.

"Vocês continuam pensando com a mesma mentalidade estúpida. Tentam negociar com certas partes para garantir uma saída, mas estas partes não são capazes de dar uma saída para vocês", declarou.

"Suas tentativas trarão decepção, porque vocês não negociam com as verdadeiras forças" para contornar "as catástrofes no Iraque e no Afeganistão", acrescentou referindo-se aos americanos, "republicanos e democratas".

Desde a vitória dos democratas nas eleições legislativas de 7 de novembro nos Estados Unidos, o presidente George W. Bush tem sido submetido a pressões crescentes para mudar de estratégia no Iraque, um país abalado por atentados e confrontos religiosos.

Aparecendo no vídeo com um fuzil automático nas costas, Al-Zawahiri criticou com veemência os islamistas do Hamas, sem no entanto citar nomes, por terem se engajado em um processo eleitoral nos territórios palestinos, uma prática banida pelos radicais islâmicos, cujo principal representante é a al-Qaeda.

O Hamas venceu com folga as eleições legislativas de janeiro, derrotando o Fatah de Abbas. Mais tarde, formou um governo completamente isolado pelos países ocidentais.

Sem um acordo com o Hamas sobre a formação de um governo de união nacional para deixar a crise, Abbas decidiu no sábado convocar eleições antecipadas.

"Aceitar a legitimidade de Mahmud Abbas (...), o homem dos americanos na Palestina, e chefe da OLP, que reconhece Israel, para negociar com os israelenses é um abismo que levará no final de contas à eliminação da jihad (guerra santa) e ao reconhecimento de Israel", proclamou al-Zawahiri.

As eleições, "inspiradas pelas constituições laicas", os levaram a "se conformar com as resoluções internacionais" e a aceitar o princípio de um governo de união nacional, antes de renunciar, afirmou Zawahiri em uma referência aparente ao fracasso das negociações entre o Fatah e o Hamas para formar um governo de união.

Apenas a "jihad", a guerra santa, "e não as eleições", podem libertar a Palestina", disse neste vídeo cuja data precisa não é conhecida e cuja autenticidade não pôde ser confirmada por fontes independentes.

O último vídeo de Zawahiri foi divulgado pela al-Jazeera no dia 29 de setembro. Ele havia exortado os muçulmanos a apoiar os mudjahedines no Iraque e no Afeganistão, denunciando os governos árabes e pedindo a rejeição a todas as resoluções reconhecendo a "entidade sionista".



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