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Fita pode mostrar seqüestro de Celso Daniel
Gislayne Jacinto
Do Diário do Grande ABC
14/12/2003 | 20:42
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Os promotores do Gaerco (Grupo de Atuação Especial Regional para a Prevenção e Repressão ao Crime Organizado) do Grande ABC se encontram nos próximos dias com o senador Eduardo Suplicy (PT) que diz ter entrado em contato com um pastor que teria filmado o seqüestro do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT) no dia 18 de janeiro de 2002. A idéia é garantir a segurança e preservar a identidade da testemunha.

O promotor Roberto Wider Filho disse que essa pessoa se indentificou como Pastor Paulo. Segundo ele, o contato com o Ministério Público foi feito já faz algum tempo. Wider acrescentou que esta pessoa nunca compareceu à promotoria para entregar a fita. “A pessoa nunca exibiu o filme e nem entregou a fita para a gente. Se essa pessoa tem o filme, seria natural que apresentasse. Até que não apresente, não podemos dar credibilidade”.

A informação é de que o pastor estaria filmando uma festa de criança quando viu um movimento estranho e começou a filmar a cena do crime. O prefeito Celso Daniel foi seqüestrado, na rua Antonio Bezerra (conhecida como Três Tombos), na Vila das Mercês, quando voltava de São Paulo para Santo André. Ele foi retirado da Pajero do empresário Sérgio Gomes da Silva, que hoje é denunciado pelo Ministério Público de ser o mandante do crime. No dia do seqüestro, o empresário dirigia o veículo, que era blindado, mas as portas se abriram e até hoje nem mesmo Gomes da Silva soube explicar como.

Defesa – Roberto Podval, um dos advogados de Sérgio Gomes, disse domingo que também tem conhecimento da suposta fita. “Nós também estamos atrás da fita. Temos informação de que ela teria sido entregue ao Ministério Público, mas teria sumido. Queremos procurar essa fita que provará a inocência do Sérgio”, disse Podval.

O promotor José Reinaldo Guimarães Carneiro disse que essa declaração de Podval causa tristeza. “Temos maior respeito pelo profissional dele e esse tipo de alegação de sumiço da fita nos causa profunda decepção em relação a ele”, afirmou.

Guimarães salientou que a fita ainda não foi entregue ao Ministério Público e confirmou que o senador Suplicy entrou em contato com a promotoria. “Ficamos de agendar um conversa futura”, concluiu o promotor do Gaerco.

Além de Guimarães e Wider, faz parte da investigação sobre o seqüestro e assassinato do prefeito o promotor Amaro José Thomé Filho. Eles estão há dois anos apurando novos fatos. A polícia concluiu em seu inquérito que a morte de Celso foi crime comum, no entanto eles denunciaram como mandante do assassinato Gomes da Silva.

A família do prefeito defende a investigação do Ministério Público e denuncia que Celso foi torturado antes de morrer.




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