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Polícia descobre bando que desviava combustível na região
Evandro De Marco
Do Diário do Grande ABC
07/08/2008 | 07:00
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A investigação da Polícia Civil de Diadema sobre o desvio de uma carga de álcool anidro (puro, sem mistura com água) se deparou com uma quadrilha que age no Grande ABC e Zona Sul da Capital e conta com a participação de donos de postos e até de um advogado.

No início da madrugada do último dia 1º, policiais militares flagraram um caminhão que descarregava álcool em um posto na esquina das avenidas Presidente Kennedy e São Manoel, no Centro de Diadema. O caminhão tinha carregado na Usina Guarani, na cidade de Pitangueiras, região de Ribeirão Preto, e tinha como destino o Porto de Santos, onde encaminharia o combustível para exportação.

Na ocasião, o responsável pelo veículo, Alexandre Marcos Ferreira, 40 anos, e o frentista do posto Gilvan Gomes Louro, 36, foram detidos. Ferreira assumiu que o motorista do caminhão também participava do golpe.

Depois de descarregar o álcool no posto em Diadema, ele encontraria o comparsa na Zona Oeste de São Paulo e, então, o motorista registraria queixa de roubo.

Durante as investigações, a polícia descobriu que a nota fiscal no valor de R$ 53,1 mil usada para o transporte da carga era falsa e estava em nome de Cícero Roberto dos Santos, apontado pelo delegado Mário Aidar, responsável pelo caso, como suspeito de ser um dos proprietários do posto que recebia o álcool na última sexta. "Descobrimos que existe uma rede mais complexa com participação de empresários e até de um advogado", dispara Aidar.

Além de Ferreira e o frentista que estão presos, um advogado e o verdadeiro motorista do caminhão flagrado pela polícia foram indiciados como participantes do esquema que, segundo o delegado, abrange postos que ficam próximos à Rodovia dos Imigrantes. "Eles desviam o caminhão da rota original e não podem ir muito longe por tanto tempo para não despertar a atenção da empresa de monitoramento, que bloquearia o veículo."

Os nomes do advogado e do motorista são mantidos em sigilo para não prejudicar as investigações que, segundo Aidar, devem revelar a participação de pelo menos mais três pessoas, entre donos de postos e motoristas de outras empresas de transporte. "Agora precisamos desmontar a quadrilha e saber como funciona."




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