O assunto promete vir à tona na segunda-feira, quando o chanceler Celso Amorim estará na capital argentina para um série de reuniões com a intenção de reduzir a tensão comercial recentemente surgida entre Brasília e Buenos Aires.
O sinal de alerta ocorreu quando os veículos brasileiros superaram a marca de 60% do mercado argentino, chegando a 64%. Por esse motivo, o governo pretende reduzir a importação de veículos produzidos no Brasil.
Enquanto isso, segundo o Centro de Estudos Bonaerenses, a participação argentina no mercado brasileiro seria de apenas 2,4%. Isso significa um grande retrocesso, já que, em 1998, tinha 14,5% das vendas automotivas no Brasil.
O sub-secretário da Indústria afirmou que a preocupação argentina é causada pelas "assimetrias que favorecem a colocação de carros brasileiros nesse país e que dificultam a entrada de carros argentinos no Brasil".
Dejean sustenta que a Argentina "precisa de novos investimentos e de uma integração genuína. O Brasil tem de entender que integração não significa que nós, argentinos, não possamos ter uma indústria automotiva própria".
Revisão - A Política Automotiva Comum do Mercosul estabelece que, em 2006, o intercâmbio bilateral de automóveis estará livre de tarifas e cotas. Mas o governo argentino pretende "revisar" o acordo.
Nessa revisão, Kirchner, pressionado pelas montadoras e as pelas fábricas de autopeças, pretende obter do Brasil o compromisso de dividir igualmente a chegada de novas montadoras na região.
Segundo Dejean, "com essa tendência, não chegamos a 2006 sem assimetrias. Se nada for feito, o tempo correrá a favor do Brasil. Por isso, as negociações têm de ser feitas no nível político, para que, dessa forma, não demore no nível técnico".
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.