"Colman será convocado, com certeza. Ele deve explicações a respeito das ligações que Rojas fez para ele, tanto em seu próprio celular quanto no número direto de seu escritório", garantiu a agente fiscal de crimes Carmen Catoni, que preside o inquérito.
Não há provas suficientes para indiciar o vice-ministro como cúmplice de seqüestro, como foi requerido pela advogada da pastora metodista Genilma Boehler, mãe de Guillermo e Arturo. "Mas ainda assim é imprescindível ouvir Colman", explicou a fiscal. Há oito meses, Genilma não mantém qualquer contato com os filhos, que foram levados da casa onde viviam, no bairro Rudge Ramos, em São Bernardo, pelo pai.
Terça, os irmãos Marildo e Lucio foram interrogados oficialmente pelo Ministério Público e, mais uma vez, negaram saber onde Rojas se esconde e onde as crianças foram deixadas. "Marildo admitiu que o irmãos e os sobrinhos estiveram na casa dele por um tempo. Mas que ele não sabia que Rojas havia se separado da mulher nem que não tinha autorização para viajar com eles ao Paraguai", contou Catoni. Segundo a fiscal, Marildo alega que aconselhou o irmão a se entregar à polícia, desde que soube que agia ilegalmente. "Mas os dois dizem que Rojas não telefona há um mês."
Além de coletar os depoimentos de supostos envolvidos na operação de esconde-esconde, que a polícia alega não conseguir colocar fim, o Ministério Público enviou dois investigadores às cidades localizadas no Leste do Paraguai, em que vivem outros parentes de Rojas. "Temos esperanças de achar as crianças lá, porque o pai não pode tê-los deixado em qualquer lugar. E não é difícil reconhecer Guillermo e Arturo, porque eles têm um biotipo bem diferente das outras crianças paraguaias", avaliou Catoni.
Os investigadores retornam a Assunção, capital do país, no sábado. Ou antes, como acredita a fiscal. "Pode ser que sejam encontradas muito em breve."
Renúncia - A imprensa do Paraguai alardeou nesta quarta rumores de que é possível que o ministro do Interior, Orlando Fiorotto, e seu vice, Colman, renunciem aos cargos nos próximos dias. Segundo os jornais de maior circulação, ABC Color e El Día, o ministério enfrenta forte crise de credibilidade depois do assassinato do garoto Aníbal Almin, 10 anos. Filho de um empresário do ramo de fumo, o menino foi seqüestrado na segunda-feira e encontrado morto nesta quarta de manhã.
A Polícia paraguaia teria embolado as negociações com os seqüestradores, mesmo depois de a família decidir pagar o resgate e pedir que as autoridades se afastassem do caso. A fiscal Catoni acredita que a renúncia é inevitável. "Foi um caso que gerou comoção nacional", finalizou.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.