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Milícias continuam destruindo aldeias no Timor Leste
Por Do Diário do Grande ABC
26/09/1999 | 11:14
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As milícias pró-indonésias continuam destruindo aldeias no Timor Leste, segundo jornalistas que fizeram um reconhecimento aéreo, realizado em companhia de membros da Força Internacional de Manutençao da Paz no Timor Leste (Interfet). O povoado de Balibo, localizado a 80 km a Oeste de Dili, permanecia ainda em chamas, durante este sobrevôo e várias pessoas nao identificadas continuavam incendiando as casas. Nenhum habitante era visível nas localidades ou nos arrozais das imediaçoes.

A cidade de Oquessi, a 100 km a Oeste, ficou destruída em 40%, enquanto que a de Suai, a 160 km a Sudoeste de Dili, estava totalmente devastada. No local, havia apenas uma bandeira indonésia.

A maioria das aldeias está reduzida, nas palavras de um dos passageiros do helicóptero, a ``círculos de cinzas'.

Esta missao de reconhecimento acontece depois da explosao de violência no Timor Leste, depois do plebiscito em que seus habitantes votaram pela independência, em 30 de agosto.

Num acampamento do Movimento pró-independência Frelintil, em Odogompo, a 100 km a sudeste de Dili, Crispin, um ex-intérprete de inglês da Unamet, conta como milicianos favoráveis à Indonésia mataram duas pessoas na frente dele dia 2 de setembro, antes que pudessem fugir de Maliana.

``Os milicianos torturam as pessoas porque nao concordam com o resultado do voto', explica Crispin.

Ele acrescentou que os milicianos costumam ``abusar sexualmente de garotas virgens depois de cortar-lhes o nariz. As vezes cortam também as orelhas'. ``É o que está ocorrendo no Timor Leste', acrescenta, lamentando que as forças internacionais nao tenham chegado antes'.

Ajuda - As forças internacionais do Timor Leste lançaram neste domingo 60 mil raçoes de biscoitos de proteínas e 6 mil raçoes militares numa zona de 150 km de circunferência ao redor de Dili.

As necessidades de ajuda humanitária e alimentar sao cada vez mais urgentes, por causa da proximidade da estaçao das chuvas, as chamadas monçoes, que devem começar no início de outubro.




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