Há sete meses a família de Fernando Wilson de Carvalho permanece sem notícias sobre o esclarecimento de sua morte, aos 35 anos. Ele foi assassinado com 15 tiros na Rua das Goiabeiras, em Santo André, no dia 20 de julho.

Carvalho era o mais velho de quatro irmãos e, segundo a família, era trabalhador e bastante reservado. Ele atuava durante toda a noite como garçom em casa noturna localizada na Rua da Figueiras. Na ocasião em que foi morto, voltava para casa, no bairro Jardim Santo Alberto, por volta das 6h quando foi atingido.

Dois homens em uma moto teriam efetuado os disparos. Até agora, no entanto, eles não foram identificados pela polícia. Fernando também fazia parte da torcida organizada do Corinthians, a Gaviões da Fiel, onde era conhecido como Suíça.

A irmã da vítima, Márcia Pereira de Carvalho, 35, disse que a polícia não tem informações sobre o autor do crime. “O que mais dói depois de perder um ente querido é essa espera, essa agonia de não saber quem fez isso e por que fez. O meu irmão não pode virar estatística, os culpados têm que ser encontrados e punidos pelo crime”, disse.

Uma das hipóteses levantadas no período do homicídio foi possível vingança de ex-companheiro da então namorada de Carvalho. Ela tirou printscreens das postagens do ex-namorado no dia do crime. “Ele chegou a postar que no dia da morte do meu irmão ia ser o grande dia. E, além disso, ele também fez uma brincadeira desrespeitosa. Entreguei tudo isso para a polícia.”

Márcia também disse que, após a morte de Carvalho, teve acesso a uma mensagem que o irmão mandou para um amigo dizendo que se sentia ameaçado. “Ele falava para esse amigo que não se sentia seguro. Outra coisa é que o perfil do Facebook dele foi desativado. Cheguei até a perguntar na delegacia, mas disseram que não foi a polícia, agora quem garante que não foi o assassino que hackeou?”

No quarto de Carvalho, é evidente a paixão pelo Corinthians, presente na bandeira, na pintura da parede e na própria cama. As roupas continuam na gaveta, nada foi tirado do lugar. “Quando fiquei sabendo, não parecia real. É revoltante para uma mãe perder um filho, mas quando você pensa que foi por uma doença, tudo bem, era para ser assim. Mas quando vem alguém e tira a vida do seu filho, não dá para explicar. Minha vida não é mais a mesma, penso nisso todas as noites”, disse a mãe do rapaz, Edigênia Pereira de Carvalho, 66.

A irmã afirmou que a polícia já descartou que o motivo tenha sido uma briga de torcidas. Segundo ela, o irmão se envolveu em confusões em jogos, porém, nunca machucou ninguém.

No segundo dia dos desfiles das escolas de samba de Santo André, o bloco Gaviões da Fiel do ABC prestou homenagem ao integrante na avenida. Uma bandeira com a sua foto foi levada pelos familiares.

A equipe do Diário procurou ontem a Delegacia de Homicídios de Santo André, responsável pelo caso. A investigação está em andamento e a polícia afirmou que está ouvindo pessoas que podem ter relação com o crime. Porém, ainda não foi identificado o autor.

Quem tiver qualquer tipo de informação sobre o caso pode entrar em contato com a Polícia Civil pelo Disque Denúncia, no número 135. O anonimato é garantido.