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Irã ameaça reconsiderar a cooperação com inspetores nucleares
Do Diário Online
Com AFP
15/06/2004 | 10:56
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O Irã ameaçou nesta terça-feira reconsiderar sua disposição em cooperar com os inspetores de controle nuclear da ONU diante das novas pressões da Agência Internacional de Energia Atômica, e dos europeus por suas atividades nucleares.

O presidente Mohamed Khatami advertiu que Teerã poderá avaliar outras opções que não seja a cooperação. Já o presidente do parlamento, Gholam-Ali Hadad Adel, ameaçou com a não ratificação do protocolo adicional ao Tratado de Não-proliferação, que submete o Irã a um controle nuclear forçado por parte da Aiea.

A agência de segurança nuclear da ONU está examinando o caso iraniano. Seu diretor-geral, Mohamed Elbaradei, considerou que a cooperação iraniana em relação aos inspetores foi "menos do que satisfatória" e falou da necessidade de solucionar o caso nos próximos meses.

Os Estados Unidos, que acusam abertamente o Irã de criar a bomba atômica por baixo de um programa nuclear civil, reclamou uma "resolução forte".

Os europeus, por sua vez, devem apresentar um projeto de resolução que favorece a continuação da colaboração, mas criticando severamente os iranianos. Eles encararam muito mal o texto da Alemanha, França e Grã-Bretanha, no qual vêem um conluio com os americanos.

Segundo a imprensa local, o presidente Khatami escreveu aos dirigentes europeus para acusá-los de ter cedido às pressões americanas.

Khatami reafirmou que Berlim, Londres e Paris se comprometeram com Teerã quando, no final de 2003, aceitaram assinar o protocolo adicional e suspender o enriquecimento de urânio.

Para os iranianos, os europeus devem se opor às intenções americanas na Aiea, que têm como objetivo um recurso ante o Conselho de Segurança da ONU visando sanções internacionais. Os europeus questionam que tenham se comprometido nesse sentido.

Em seu projeto de resolução, os europeus pressionam os iranianos para que esclareçam suas atividades de enriquecimento e pedem que o Irã assine o protocolo como mostra de boa fé. Khatami já preveniu que seu país pode a qualquer momento reconsiderar sua decisão de suspender o enriquecimento de urânio diante do aumento de demandas para que o Irã abandone o Tratado de Não-Proliferação.

A Aiea não deve resolver o problema durante a sessão em curso, mas a pressão poderá aumentar até a próxima reunião, em setembro. No momento, os iranianos tentam obter em Viena um texto de resolução menos severo.




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