Política Titulo São Bernardo
Marinho vai cortar parte da merenda das escolas da rede

Professores das unidades de São Bernardo
denunciam ação; Prefeitura admite adequação

Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
05/02/2015 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Pouco mais de 80 mil crianças da pré-escola e Ensino Fundamental de São Bernardo, cuja idade varia entre cinco e dez anos, se confrontarão hoje com nova realidade no retorno às aulas escolares: corte de parte de suas refeições. Aos alunos que estudam no período matutino será reduzido o café da manhã, sendo mantido o lanche do intervalo. E para os que iniciam atividade escolar no período vespertino, o almoço deixará de ser servido. Apenas o lanche no intervalo das aulas continuará a ser repassado aos estudantes.

O caso veio à tona por meio de professores da rede municipal que informaram conhecimento da medida adotada pelo governo Luiz Marinho (PT), por meio das direções das escolas e que, segundo eles, foram comunicados diretamente pela Secretaria de Educação, comandada por Cleuza Repulho (PT), ré em ação civil pública proposta pelo Ministério Público, que apontou superfaturamento na compra de tênis e mochilas a alunos da rede pública em 2010 e 2011.

As justificativas passadas aos educadores davam conta de que o plano era para conter desperdício dos alimentos. A informação foi emitida na semana passada e, de acordo com professores de escolas situadas na região do pós-Balsa, no Riacho Grande, gerou revolta sobre a decisão. Como procedimento, o corpo diretivo das escolas convocou pais de alunos para anúncio do corte nos alimentos, marcado para sábado.

REPERCUSSÃO
Vereador oposicionista, Julinho Fuzari (PPS) entoou discurso de repúdio ontem durante sessão na Câmara. O popular-socialista tentou levar o tema à tribuna livre do Legislativo, porém não conseguiu votos necessários para a medida e o pedido acabou vetado.

“Não tive a oportunidade de falar sobre esse assunto abertamente na Casa, que é um absurdo. Recebemos denúncia dos professores, afirmando que a Secretaria de Educação se reuniu com eles dizendo que irá cortar uma refeição por período. Qual aprendizado que a criança terá sentindo fome? Sem mencionar que em muitos locais, as crianças passam até necessidade”, questionou.

Por outro lado, Julinho ingressou ação na Promotoria de Justiça da Infância e Juventude na Comarca de São Bernardo expondo a situação. “Solicitei a intervenção judiciária, pois muitas crianças dependem desses alimentos. Que governo é esse da inclusão que tira refeição de quem precisa?”

O episódio pegou de surpresa até mesmo governistas, que não sabiam do ato. O presidente da Casa, José Luis Ferrarezi (PT), explicou que não emitirá opinião, porque “não houve comunicado oficial”.

Por nota, a Prefeitura informou “que no ano passado foi realizado estudo nas unidades escolares para observar aceitabilidade do cardápio, a adesão às preparações e desperdício de alimentos”. O documento do Paço defendeu “que não há cortes de alimentação” e que o fornecimento “foi adequado”, mas que algumas unidades “adaptaram o número de refeições diárias”, sem revelar, contudo, o número de escolas ou quantidade alimentar a ser excluída do cotidiano.  




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