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Insossa para dar 'água na boca'
Por Gabriela Germano
Da TV Press
30/07/2008 | 07:01
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Recentemente a Band anunciou mudanças em sua novela Água na Boca, exibida às 20h15. A intenção é ir além dos míseros dois pontos de média de audiência. O foco da história mudou, mas o resultado não. A turma do cursinho com seus vários adolescentes ganhou mais destaque na história, tudo para trazer ação e antecipar conflitos. Mas a trama, que antes tinha ar de ‘antiguinha' ao retratar o romance de Dani e Luca, de Rosanne Mulholland e Caetano O'Maihlan, agora ficou com cara de Malhação em outra emissora e horário.

É verdade que alguns atores da produção dirigida por Del Rangel se mostram muito mais naturais em cena do que os estreantes da novelinha juvenil da Globo. A atriz Priscila Sol, que interpreta a inquieta Renée, é um bom exemplo. Rayana Carvalho, a Marinalva Penaforte, é outra. Definitivamente, o problema de Água na Boca não é o elenco.

O que torna a novela da Band pouco atraente é um texto inconsistente, cenas longas demais e falta de ousadia. Se pesquisas com o público indicam que o núcleo de jovens da novela está agradando, confiná-los dentro de uma boate e ficar quase que um capítulo inteiro nesse cenário definitivamente não é a melhor opção. E não traz mais ação para o folhetim, como a emissora pretendia.

O máximo que o autor Marcos Lazarini conseguiu abordar até o momento é a gravidez na adolescência. Assunto sempre polêmico mas que não deixa de ser manjado. Até pela questão do horário, Marcos tem dificuldades de investir em cenas mais picantes. Ele fica restrito a mostrar Marisol Ribeiro de lingerie após insinuar uma cena de sexo de sua personagem Érika com o mocinho Luca. Não ata e nem desata.

Alterar o foco de uma novela necessariamente não contribui para que ela escape da mesmice. E Água na Boca é uma trama trivial demais para um horário com concorrência complicada na TV. Sem contar que sem audácia é difícil para uma emissora pouco tradicional em teledramaturgia atrair a atenção.

O drama com os desencontros do casal de protagonistas diminui de um lado, a ação com o núcleo de jovens aumenta de outro. Tudo mal misturado, não importa a dosagem, gera uma mesma receita insossa. E com pitadas de uma trilha sonora instrumental que teima em aparecer durante todo o tempo, o folhetim da Band é indigesto. E em meio ao menu de novelas oferecidas por tantas emissoras, continua com a mesma média dois que queria superar.




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