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Garotinho diz que candidatura modesta conquistou o Brasil
Do Diário OnLine
24/09/2002 | 00:05
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O candidato do PSB à Presidência da República, Anthony Garotinho, disse nesta segunda-feira que sua candidatura conquistou o povo brasileiro e reafirmou que chegará ao segundo turno, ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Estamos com poucos recursos, mas conseguimos falar ao coração do povo brasileiro”, afirmou o presidenciável, durante entrevista ao jornalista Boris Casoy, da Rede Record.

Garotinho ressaltou que nas eleições de todos os cargos que conquistou, começou perdendo nas pesquisas de intenção de voto e acabou surpreendendo no final. “Estou a poucos pontos de passar para o segundo turno. Vamos ao segundo turno e vamos ganhar a eleição”, disse, confiante.

O ex-governador do Rio de Janeiro destacou que a sua campanha foi muito “modesta” em relação a dos demais candidatos e ressaltou que isso aconteceu porque não buscou apoio de partidos e de organizações que pudessem destoar do seu programa de governo, ideologia e valores.

Durante a entrevista, Garotinho encontrou espaço apara atacar alguns de seus adversários. Num primeiro momento, atacou a proposta de criação de empregos do adversário do PSDB, José Serra. “Ninguém vai criar empregos botando artistas na TV e fazendo continhas, porque a lógica do mercado não é essa”, disse. “Ele é o candidato do desemprego”, comentou, irônico.

Ele explicou que a proposta de criação de empregos de seu programa de governo tem como base a reforma tributária, que, para ele, não foi realizada nos últimos oito anos porque o presidente Fernando Henrique Cardoso não quis. “O governo atual aprovou tudo o que quis no Congresso Nacional, inclusive a reeleição. Não aprovou porque esse governo gosta de tributar.”

Mais tarde, ele abriu fogo contra o candidato do PT, afirmando que Lula não pode mais ser considerado como de oposição. Falando como “um ex-eleitor de Lula”, ele afirmou que o petista mudou muito e não carrega mais o idealismo de transformar o país.

O nacionalismo também foi bastante ressaltado por Garotinho. Para ele, “os brasileiros devem ser tão nacionalistas como os americanos”. “O que falta ao Brasil é esse amor pelo país”, afirmou.

Religião — Questionado sobre um eventual privilégio aos evangélicos durante o seu governo, Garotinho lembrou que, de seus secretários de governo no Rio, apenas um era evangélico: sua mulher, Rosinha Matheus, hoje candidata ao governo do Estado.

“Não temos que misturar as coisas. Religião é uma questão pessoal de cada um”, disse. Ele ainda comentou que é muitas vezes discriminado por defender a sua fé, mas ressaltou que não tem razão para escondê-la. O presidenciável revelou que foi aconselhado por alguns marqueteiros a abandonar a bíblia, que poderia lhe prejudicar durante a campanha. Ele negou, afirmando não ser “hipócrita”.

Iraque — O candidato afirmou também que é “absolutamente contra” uma intervenção militar norte-americana no Iraque. “O Brasil não tem que se envolver nessa polêmica. O PSB defende a política da paz.”

Alca — “Isso vai ser a falência total das nossas indústrias”, comentou o presidenciável sobre uma possível adesão do Brasil à Área de Livre Comércio das Américas (Alca). “Primeiro, temos que nos ajustar”, disse, ressaltando que foi o único que votou contra a Alca no plebiscito promovido a respeito.

Mínimo — Ainda durante a entrevista, Garotinho voltou a defender o aumento do salário mínimo para R$ 280 já em 2003 e explicou que isso pode ser feito com a redução da taxa básica de juros. No primeiro ano de governo, ele prometeu diminuir a taxa Selic em quatro pontos. Segundo ele, cada ponto diminuído equivale a uma economia de R$ 6 bilhões. Com R$ 21 bilhões, de acordo com a sua proposta, é possível reajustar o salário mínimo.




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