Márcio Bernardes Titulo
Os favoritos de sempre

Quando começa uma competição do porte do Campeonato Brasileiro é difícil sair do lugar-comum

Por Especial para o Diário
05/05/2008 | 00:00
Compartilhar notícia


Quando começa uma competição do porte do Campeonato Brasileiro é difícil sair do lugar-comum e não apontar os mesmos clubes que sempre são favoritos para vencê-la.

Este ano não teremos a tradição corintiana e, por isso, os estádios da Série A ficarão mais tristes sem a Fiel Torcida.

Não há como deixar de apontar São Paulo, Inter-RS, Grêmio, Cruzeiro e Atlético-MG como favoritos. Não podemos também esquecer que por causa da Libertadores, Flamengo e Fluminense se reforçaram consideravelmente e devem ser incluídos entre aqueles que podem chegar ao título.

Em São Paulo outra força que surge é o Palmeiras, virtual campeão estadual. Luxemburgo conseguiu montar uma boa equipe, além do seu talento pessoal que é indiscutível.

Numa competição tão longa, que começa em maio e termina em dezembro, muita coisa pode acontecer. Desde contusões, suspensões e outros fatos inesperados.

O maior problema, no entanto, será a abertura do mercado europeu em junho. Os clubes virão com o peso do euro e levarão os principais jogadores do País.

Assim, o Inter-RS poderá perder Fernandão e Nilmar, o São Paulo dificilmente segurará Jorge Wagner, Hernanes e Richarlyson, o Palmeiras terá de vender o passe de Valdivia. Fábio Luciano pode deixar o Flamengo, Wellington Paulista não deverá ficar no Botafogo e assim por diante.

A realidade e necessidade da renovação de atletas já fizeram com que o torcedor se acostume com isso. Por causa da economia, nosso futebol é de primeira apenas quando a seleção está jogando. E o Nacional tem um nível de segunda.

O futebol não pode ficar dependendo apenas do dinheiro da Rede Globo. Os cartolas perceberam isso e só não tomam uma atitude mais drástica porque quase todos os clubes estão pendurados no caixa da emissora. Alguns já receberam praticamente suas cotas de 2008 no ano passado.

O Brasileiro precisa somar receita com televisão, placas nos estádios, ações de marketing e principalmente torcedores. Os estádios vazios desestimulam qualquer apresentação artística e comercial. Por isso, os jogos em horários estranhos, principalmente as 22h não são mais concebidos.

Se não bastasse a Rede Globo, nos últimos tempos temos de conviver com os interesses da Sportv e do pay-per-view.

A CBF ou o Clube dos 13 poderiacriar um ombusdman que ouvisse os torcedores e as sugestões deveriam ser acatadas. Mas aí já é sonhar demais.

Márcio Bernardes é âncora da rede Transamérica de Rádio e professor universitário. www.marciobernardes.com.br




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;