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Riacho Grande fica 3 dias sem água
Por Fabio Leite
Especial para o Diário
07/09/2005 | 08:04
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Nunca os moradores do Riacho Grande, em São Bernardo, gostaram tanto de uma chuva. Desde o último domingo, quando um vazamento na rede de distribuição local deixou cerca de 10 mil pessoas em nove bairros da cidade sem água, a comunidade recorre à colaboração de São Pedro para improvisar as necessidades básicas e os afazeres domésticos.

Logo que soube da falta de água na rua a dona-de-casa Rosa Maria de Lira colocou os baldes para fora no quintal. "Graças a Deus veio essa chuva. Senão, não sei o que seria de mim. Estou juntando água desde que começou a chover", contou. Ela disse que se não fosse a água da chuva não teria como fazer comida, limpar a casa e lavar a roupa.

Embora a água da rua tenha acabado ainda no domingo, a caixa d‘água da casa da estudante Marcela Bertucchi dos Santos só secou na manhã de terça-feira. "Acordei hoje (terça-feira) e deparei que não tinha mais água nem na caixa. Ainda bem que choveu, senão meu quintal ia ficar todo sujo", relatou.

De acordo com os moradores, esta foi a primeira vez que as torneiras secaram nos últimos 20 anos. Segundo o desempregado José Teixeira Costa, o maior problema foi a falta de aviso prévio. "O problema é que não avisam nada. A gente paga uma conta absurda para ficar sem água?", questionou.

Quem também foi pego de surpresa foi o gerente-administrativo do orfanato Cantinho da Mei Mei, Júlio Pivovarcsik. Segundo ele, a falta de água compromete o atendimento às cerca de 15 crianças que moram na entidade. "Não tem água nem para dar banho nas crianças. Vamos ficar esperando. Se não voltar vamos precisar comprar água", afirmou.

De acordo com o superintedente da Unidade de Negócios Sul da Sabesp, José Luiz Salvadori Lorenzi, o vazamento de água foi consertado às 15h30 de terça-feira. O reparo demorou porque só foi detectado na segunda-feira, após reclamação de moradores. De acordo com ele, as equipes da Sabesp tiveram de interromper temporariamente o abastecimento na região, o que deve demorar a ser normalizado. "É um processo que está ocorrendo de forma lenta e gradual. Os pontos mais altos e distantes dos reservatórios deverão ter o fornecimento normalizado até amanhã (quarta-feira)", garante.




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