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Manifestação reúne
100 mil no Rio e
acaba em violência
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18/06/2013 | 00:08
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Divulgação


Após uma manifestação pacífica que durou três horas e reuniu 100 mil pessoas, segundo a PM, na Avenida Rio Branco, a maior já ocorrida no Rio da série de protestos que tomou conta de várias capitais do País, as imediações da Assembleia Legislativa foram palco de um violento confronto entre policiais e manifestantes, ontem à noite.

Pelo menos cinco PMs e sete manifestantes foram feridos, e 77 PMs ficaram sitiados no Palácio Tiradentes. Um carro foi incendiado e até dentro do edifício foi registrado um foco de incêndio, controlado em minutos. A Tropa de Choque chegou por volta das 23h15, mas a tensão continuava até a conclusão desta reportagem.

Cerca de 50 PMs haviam isolado o prédio da Assembleia com grades de ferros e faziam um cordão para evitar que o local fosse tomado pelos manifestantes, como ocorreu na quinta-feira, mas não conseguiram. A confusão começou às 19h45, quando alguns manifestantes lançaram morteiros na direção dos policiais. A partir do quarto ou quinto rojão, os policiais agruparam-se e começaram a lançar bombas de gás lacrimogêneo.

Não foi suficiente. Centenas de manifestantes gritavam para que tudo ocorresse "sem violência", mas nada impediu a tomada da Assembleia. Cerca de 300 pessoas - das milhares que estavam no local - correram aos gritos em direção aos policiais, na escadaria do prédio. A situação ficou totalmente fora de controle. Acuados, os PMs refugiaram-se dentro do prédio da Alerj.

Aquele trecho do centro histórico do Rio vivia cenas de guerra civil. Os invasores comemoraram a tomada da escadaria virando e incendiando um carro que estava estacionado ao lado do prédio e depredando carros e agências bancárias no entorno. Só na Rua da Assembleia, cinco foram destruídas. A do Banco do Brasil foi atacada por um rapaz que arrancou um orelhão instalado na calçada e o lançou contra a porta de vidro.

As grades que os policiais usaram para tentar cercar o prédio da Assembleia foram usadas para fazer barricadas. Os PMs lançaram bombas de gás de dentro do Palácio Tiradentes, pelas frestas da grade de ferro. Mais uma vez, não conseguiram dispersar o grupo. Em seguida, alguns policiais tentaram chegar pela rua lateral, entre a assembleia e o Paço Imperial. Atiraram com balas de borracha e lançaram bombas, mas foram novamente acuados por um grupo de rapazes mascarados, que partiram para cima com rojões, morteiros, pedras e martelos.

Nesse momento, um dos policiais foi espancado - segundo a PM, cinco ficaram feridos. Oficialmente, 150 policiais estavam na região. "Se o Choque vier, vai ter derramamento de sangue. Não dá para a gente insistir com esse armamento não letal. Eles estão em muito mais gente. Não quero morrer, é melhor evitar", disse ao repórter um policial do 5.º Batalhão da PM.

Manifestantes atearam fogo em sacos de lixo, montando fogueiras e barricadas na Avenida Primeiro de Março e na Rua da Assembleia. As fachadas do Palácio Tirantes e do Paço Imperial foram pichadas. Os manifestantes protestavam por diversas causas, não só a do transporte público caro e ineficiente, entre elas o uso de dinheiro público em obras para a Copa de 2014. Durante o percurso, a passeata ganhou o apoio de muitas pessoas que ainda trabalhavam em escritórios localizados na via ou esperavam o fim da manifestação para ir para casa. A manifestação começou de forma festiva, com grupos de jovens tocando instrumentos e cantando. Naquele momento, policiais se restringiam a fazer uma escolta discreta. Manifestantes que estavam com bandeiras de partidos políticos foram criticados.




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